
Segundo dados estatísticos do Secretariado da Pastoral Escolar da Diocese do Algarve, relativos ao passado ano letivo de 2012/2013, dos 31.219 alunos que estudavam do 5º ao 12º ano de escolaridade nas escolas do Algarve, 7.804 estavam inscritos na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), o que representa 25% do total de estudantes.
Segundo a informação do Secretariado Diocesano da Pastoral Escolar (SDPE), a percentagem mais alta de alunos que frequentavam a disciplina de EMRC registou-se no segundo ciclo de escolaridade. Naquele segmento do ensino mais de 38% dos estudantes algarvios frequentaram a disciplina. Do total de 4920 alunos a frequentar o 5º ano de escolaridade, 2.013 estavam inscritos na disciplina, enquanto no 6º ano, dos 4.999 alunos, 1.768 frequentavam EMRC.
No terceiro ciclo, a percentagem de alunos com EMRC era mais reduzida, registando-se em cerca de 29% do total. Assim, no 7º ano, dos 4.967 alunos, somente 1.515 tinham a disciplina, enquanto no 8º ano, dos 4.411, apenas 1.286 frequentavam EMRC e no 9º ano, do total de 3.888 alunos, somente 1.079 tinham aquela aula.
No entanto, é no ensino secundário que a quebra é vertiginosa, uma vez que a redução de alunos a frequentar a disciplina é muitíssimo acentuada, atingindo a percentagem de alunos com EMRC apenas cerca de 1.8% do total de estudantes das escolas algarvias. Do total de 2.991 alunos a estudar no 10º ano, apenas 99 frequentavam a disciplina, enquanto no 11º ano, do total de 2.598 estudantes, apenas 30 tinham EMRC e no 12º ano, dos 2.445 apenas 14 frequentavam as aulas de EMRC.
Em Nota Pastoral, escrita em junho do ano passado, o bispo do Algarve apelou à inversão do “processo de absentismo” na disciplina de EMRC. No documento, D. Manuel Quintas exortou os pais, particularmente os católicos, a matricular os seus filhos naquela disciplina, a partir do primeiro ano do ensino básico, “num tempo em que se reclama uma inadiável educação para os valores”, considerando que “a EMRC acrescenta à oferta educativa um contributo específico e essencial, no âmbito da educação integral” e que “presta um valioso contributo na formação da personalidade”. O prelado lembrava ainda que “a frequência desta disciplina não deve ser considerada como alternativa ao itinerário catequético proporcionado pelas paróquias”.