“Existe actualmente um sentimento de insegurança nessa zona da cidade a que é preciso dar resposta e as queixas que temos recebido implicam actividades ilícitas que ocorrem nalguns dos estabelecimentos que aí existem”, disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Portimão, Manuel da Luz, na terça-feira, à saída da reunião do Conselho Municipal de Segurança convocada para debater a problemática.

Pelo menos dois estabelecimentos estão referenciados pelas autoridades por serem frequentados por supostos traficantes de droga. Num deles, a autarquia efectuou uma vistoria que detectou motivos para decretar o seu encerramento “por perigo de pessoas e bens”.

Para despistar situações semelhantes, Manuel da Luz avançou que a Câmara irá proceder a “um conjunto de vistorias pormenorizadas para verificar actividade e cumprimento de normativos legais de todos os estabelecimentos nas ruas do Capote, São José e do Forno, assim como nos largos de São José e Fernando Maurício”.

“Admitimos encerrar mais alguns estabelecimentos caso não cumpram os normativos legais”, reforçou.

Segundo um dos moradores da zona histórica que solicitou o anonimato por temer represálias, “todos os dias há notícia de rixas na rua e nesses estabelecimentos, assim como de roubos e de vandalismo na casa das pessoas”.

A viver há já 34 anos, na Rua de São José, outro residente relata “medo de sair à rua tanto durante o dia, como durante a noite”, dado que “o tráfico de droga é feito à vista de todos”.

Segundo dados apresentados pela PSP na reunião, 38 pessoas foram detidas em 2009 na sequência de rusgas.

Acontece que “nenhuma ficou em prisão preventiva”, fez notar um dos moradores queixosos.

“Prendem-nos, levam-nos a Tribunal e a seguir estão na rua outra vez”, sublinhou.

Ainda assim, a PSP comprometeu-se em reforçar o patrulhamento e a realização de “acções concertadas” de fiscalização.

A autarquia, por seu lado, entende que, além da fiscalização dos estabelecimentos, é preciso intervir na malha urbana, razão pela qual ordenou a elaboração de um plano de segurança que condicione a elaboração dos projectos de requalificação previstos para aquela área, no âmbito de uma Sociedade de Reabilitação Urbana.