Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

No último domingo, em que a Igreja assinalou o III Dia Mundial dos Pobres, o bispo do Algarve desafiou os cristãos a crescerem mais na “consciência social de atenção aos mais necessitados e de corresponsabilização na solução deste que é um grande problema do bem-estar social”.

“A pobreza continua a constituir, infelizmente, uma das grandes questões, podemos chamar-lhe mesmo, chagas do mundo de hoje. Daí a instituição deste de dia pelo papa Francisco”, afirmou D. Manuel Quintas na missa a que presidiu na Sé de Faro e que assinalou também os 62 anos da Cáritas Diocesana do Algarve e os 50 do seu Centro Infantil.

O prelado lembrou que “a Igreja, através de cada um dos seus membros e das suas instituições, tem a vocação de fazer com que ninguém se sinta estrangeiro ou excluído, porque a todos envolve num caminho comum de salvação”. “A condição dos pobres obriga a não se afastar do Corpo do Senhor que sofre em cada um deles. Antes, como seus membros, somos chamados a tocar a sua carne para nos comprometermos em primeira pessoa num serviço que é autêntica evangelização. A promoção, mesmo social, dos pobres não é um compromisso extrínseco ao anúncio do Evangelho”, complementou.

O bispo do Algarve lembrou, por isso que, “a caridade é a fé em movimento” e advertiu que “portanto, não basta ter fé”. “A fé tem que ser vivida no mundo, tem que incidir sobre a promoção humana, tem que incidir sobre a luta pela justiça, pela dignidade de todos aqueles que nos rodeiam”, sustentou, lembrando ser “o testemunho por contágio que credibiliza o anúncio por palavras”.

D. Manuel Quintas disse ainda que “a oração do pobre nunca se deparará com a indiferença ou o silêncio de Deus”.

O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo papa Francisco com a Carta Apostólica “Misericordia et misera” de 2016, na conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.