O bispo do Algarve destacou a Quaresma como “tempo privilegiado para escutar a Palavra” de Deus e para encontrar o “rosto de Cristo” que disse ser a face dessa palavra.
“Sem este encontro dificilmente poderemos progredir no caminho de uma conversão pessoal, sincera e profunda”, advertiu D. Manuel Quintas, acrescentando que “todo o encontro com Cristo, quando envolve a pessoa toda, na sua vontade e liberdade e também nas suas fragilidades, impele para o seguimento, o testemunho, o anuncio”. “A experiência de sermos amados, sermos salvos por Ele, impele-nos a corresponder ao seu amor e a comunicá-lo aos outros”, sustentou, alertando que “uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, enamorada, não convence ninguém”.
Na primeira de um conjunto de cinco catequeses quaresmais que serão apresentadas sempre ao domingo à tarde e que têm como tema geral “Viver a partir de Cristo”, o bispo diocesano abordou concretamente a temática “A Palavra de Deus: fonte de conversão e abertura a Deus”.
Na catequese, integrada na oração de vésperas que teve lugar na capela do Seminário de São José de Faro, com transmissão em direto nos canais oficiais da Diocese do Algarve, o bispo diocesano disse ser “na intimidade com Cristo que se aprende a escutar a Palavra da Escritura como Palavra de Deus”. “Ele é a humanização da Palavra eterna de Deus. Ele está presente em toda a Escritura, pois toda ela conduz à redescoberta do rosto de Deus no rosto humano do seu filho”, afirmou.
“A Escritura conduz-nos a Cristo e Ele, por sua vez, conduz-nos ao verdadeiro sentido da Escritura como Palavra de Deus. Esta relação de fé e de amor com Cristo é a chave para escutar e acolher a Palavra de Deus comunicada nas escrituras”, realçou D. Manuel Quintas, acrescentando “que na Igreja o lugar privilegiado para a escuta da Palavra sempre foi a oração, sobretudo a eucaristia com a comunidade reunida”.
No início da sua reflexão, o bispo do Algarve referiu-se ainda ao lema do programa pastoral da diocese para este ano – “Recomeçar a partir de Cristo” –, convidando a quem assistia a deter-se “no sentido e no alcance da expressão”. “Se é verdade que estamos impossibilitados de concretizar as diversas ações pastorais previstas no nosso calendário para este tempo, nada nos impede que iluminemos o nosso caminho quaresmal com os seus princípios inspiradores”, afirmou.
A Quaresma é um tempo de 40 dias que se inicia com a celebração das Cinzas (este ano a 17 de fevereiro), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, no próximo dia 4 de abril.