
O bispo do Algarve pediu aos cristãos, no passado domingo, na Festa da Exaltação da Santa Cruz, que sejam “cirineus uns dos outros”.
Na homilia da eucaristia da tomada de posse do novo pároco de Quarteira, D. Manuel Quintas exortou os crentes a serem “cirineus que ajudam a levar a cruz dos outros”, numa alusão a Simão, oriundo de Cirene, que ajudou Jesus a carregar a cruz. “Que nos ajudemos mutuamente a levar as cruzes uns dos outros e não a sobrecarregar e a tornar mais pesada a cruz dos outros, até com as nossas palavras, gestos, atitudes, esquecimentos e afastamentos”, pediu.
O prelado fez um “apelo especial” à atenção para com “os que mais sofrem, os últimos e esquecidos”. “É isso que nos torna verdadeiramente cristãos e é por isso e por causa disso que seremos julgados. Há tanta cruz por aí mais pesada do que a nossa que, certamente, reclama a nossa presença”, sustentou, advertindo que essa presença “deve ser apenas referência de Cristo”. “É Ele que liberta, salva, redime e dá sentido novo à vida, mesmo no meio do sofrimento, das dores e situações de morte”, complementou.
Neste sentido, D. Manuel Quintas alertou que “quem procura um Cristo sem cruz, corre o risco de encontrar uma cruz sem Cristo, sem sentido, que não é sinal de salvação, nem de glória”.
O bispo diocesano lembrou que a cruz é um sinal de adição. “A cruz acrescenta sempre algo à nossa vida. A cruz da nossa vida encontra sentido na cruz de Cristo. Cristo veio ao mundo, não para condenar, mas para salvar e a cruz é, precisamente, sinal de salvação”, destacou, reconhecendo que “a cruz assusta muito” se não for olhada a partir da “perspetiva da cruz libertadora de Cristo”. “Gostaria que não tivéssemos medo das cruzes da nossa vida, sobretudo se fixarmos o nosso olhar na pessoa de Cristo”, pediu.