As paróquias da Conceição de Faro e de Pechão, entregues aos cuidados da comunidade algarvia da Ordem dos Frades Menores (franciscanos), têm novo pároco desde o passado domingo, 25 de setembro.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A entrada e a apresentação do frei Bruno Peixoto, de 39 anos, teve lugar na igreja matriz de Pechão, onde foi celebrada Eucaristia presidida pelo bispo do Algarve.

Acompanhando pelo novo pároco, D. Manuel Quintas aspergiu o povo e dirigiu-se ao sacrário, onde permaneceu em oração com o frei Bruno Peixoto.

O bispo diocesano procedeu à apresentação do novo pároco à comunidade, explicando que o sacerdote é açoriano, natural da ilha do Faial, franciscano há 18 anos e padre há 10. “Vem cheio de energia, a energia da sua juventude para vos servir com alegria como pároco”, garantiu.

O rito prosseguiu com a leitura da provisão de nomeação do novo pároco, o seu juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao papa e a toda a Igreja e a entrega das chaves das igrejas. Após a felicitação do bispo diocesano e do pároco cessante, teve lugar a apresentação ao Conselho Pastoral Paroquial e os cumprimentos deste ao novo pároco, terminando com a manifestação de intenção do novo prior aos membros daquele órgão consultivo.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve convidou depois o novo pároco a aspergir a assembleia e a beijar o altar e a incensá-lo, bem como ao padroeiro. Dois dos membros da comunidade, pertencentes ao Conselho Pastoral agradeceram ao bispo diocesano e dirigiram-se ao novo pároco.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na homilia, D. Manuel Quintas realçou que “a primeira missão de um padre ou de um bispo” é “mostrar o caminho para o céu”. O bispo diocesano referiu-se à função daqueles membros do clero como “um serviço” e “um ministério”. “Não é uma honra”, clarificou.

“O que quero pedir ao frei Bruno é que seja franciscano também naquilo que diz e naquilo que faz porque é dessa maneira que enriquece a Diocese do Algarve. Quando um padre religioso se transforma em padre diocesano, perde ele, o seu instituto e a diocese”, alertou.

O responsável católico prosseguiu na explanação da missão de um pároco. “À luz da palavra de Deus também ele vive, vibra e se apaixona pela pessoa de Cristo e quer incendiar a comunidade nessa mesma paixão”, afirmou.

Aos paroquianos advertiu para a questão da subsistência do prior. “Não pode ser a comunidade dos padres franciscanos a sustentar o vosso pároco. Tendes de ser vós”, alertou.

D. Manuel Quintas manifestou ao superior provincial dos franciscanos, que concelebrou a Eucaristia, o seu reconhecimento pelo serviço que têm prestado à diocese. “Apreciamos a disponibilidade e disposição dos irmãos franciscanos em ajudar a diocese neste momento de dificuldade”, referiu, reconhecendo que “não foi fácil ao frei José Henriques levar para a frente este serviço ao longo deste ano”. “Ele fê-lo com sacrifício, mas com muito gosto”, acrescentou ainda sobre o sacerdote que assumiu aquelas paróquias após a morte repentina do frei Agostinho Pais Pereira, anterior pároco, que lembrou. “Queremos rezar por ele nesta Eucaristia”, disse D. Manuel Quintas.

A celebração prosseguiu com a renovação das promessas da ordenação sacerdotal e a profissão de fé do novo pároco. No final houve ainda um gesto simbólico: D. Manuel Quintas convidou o novo pároco a sentar-se na cadeira presidencial e a dirigir uma breve saudação à comunidade.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Agradeço pela confiança que deposita em mim em me propor nesta nova missão que assumo com todo o espírito franciscano”, afirmou o novo pároco ao seu provincial, o frei Fernando Mota, acrescentando ser com aquele espírito que procurará “viver como franciscano” naquelas paróquias.

O sacerdote prometeu um “salutar clima de diálogo” com as autoridades civis para que possam juntos “construir uma comunidade sempre viva e fraterna”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Seguidamente dirigiu-se à “massa viva e dinâmica da vida” daquelas comunidades. “É com a vossa ajuda que juntos vamos trabalhar. Venham arregaçar mangas para podermos trabalhar juntos e construirmos estas comunidades vivas e eficazes”, desafiou.

“Tudo farei para que, em clima de diálogo e escuta para com todos, possa cumprir sempre com rigor e competência, seriedade e dedicação, esta missão que me é confiada. Procurarei ser fiel na vivência e administração dos sacramentos, no anúncio da Palavra de Deus, no cuidado e atenção para com os mais idosos, os mais frágeis destas nossas comunidades, assim como também na formação e acompanhamento das crianças, dos adolescentes e dos jovens, pois são eles o rosto desta nossa igreja do amanhã”, prometeu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Peço a ajuda de todos. Como podeis compreender, estou a aprender. É a primeira vez que vou ter esta missão. Sempre servi na Ordem dos Frades Menores como formador. Há 10 anos que trabalho na formação. Entrego-me a esta nova missão para a qual peço a vossa ajuda, para que me ensinais a poder administrar e viver salutarmente esta missão com todos vós, pois será com esta cooperação viva e fiel de todos que faremos este caminho e juntos viveremos esta nossa fé comunitária como espaço onde Deus se manifesta e se faz presente na vida de cada um de vós”, prosseguiu.

Por fim, agradeceu ao frei José Henriques, “que apesar do seu cansaço e da sua saúde frágil, levou durante este ano esta missão com esforço e dedicação a um bom porto”. “Nas vossas orações, procurai rezar por mim”, concluiu.

Após a celebração, realizou-se a assinatura da ata de posse.