Na Eucaristia de encerramento do encontro que assinalou os 40 anos de presença na diocese dos Convívios Fraternos, no passado sábado na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral, o assistente espiritual considerou que o movimento tem sido um “alfobre de vocações” para a Diocese do Algarve.

“Quantos leigos empenhados nas nossas comunidades, quantos catequistas, quantos jovens se entregam ao canto, à liturgia, à ação missionária? Quantos pais e mães dedicados? Quantos padres? Quantas consagradas? Em 40 anos tudo isto aconteceu. Foram os Convívios Fraternos que os ajudaram a confirmar que o Senhor os chamava a algo”, afirmou o padre António de Freitas, que presidiu à celebração na capela da casa, considerando que o movimento se tornou “fonte de bênçãos, de carismas, de ministérios, de serviços”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote acrescentou que “ao longo destes 40 anos, os Convívios foram um arauto, talvez um dos mais fortes entre a juventude, que proclamou o mistério pascal de Jesus Cristo”. “A nossa diocese só pode estar grata por isso. Os Convívios Fraternos foram esta grande «sementeira» onde se lançou constantemente a «semente» à terra, a semente do amor de Deus que fez tantos se reerguerem e levantarem, fez outros entregarem-se com maior ardor à vida das suas comunidades paróquias, fez outros saírem das suas comunidades paroquiais para se entregarem à Igreja universal como missionários, padres, freiras, consagrados. Em 40 anos vejam os dons que Deus deu às nossas comunidades e à nossa diocese das mais diversas formas”, prosseguiu, destacando os “muitos convivas” nas paróquias algarvias, “gente empenhada que descobriu, reanimou e reacendeu a chama da fé e continua ainda hoje entregue à evangelização”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na oração da manhã na capela da casa, após o acolhimento dos participantes, o padre António de Freitas considerou mesmo aquele espaço um “santuário onde se transformam vidas” no decurso dos três dias do convívio. “Este é o lugar que marca sempre, desde a celebração penitência, a Eucaristia, a festa da ressurreição. Acaba por ser um lugar por excelência da transformação que Deus faz em cada um de nós”, acrescentou, considerando que Deus fez, a partir daquela casa, “jorrar uma torrente de gente transformada, convertida com Jesus e com a Igreja na ação evangelizadora e transformadora das paróquias”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na Missa, ao final da tarde, o padre António de Freitas realçou que o movimento promove o “primeiro anúncio”, o chamado “anúncio querigmático”. “É um abanão. O Convívio Fraterno é esse ponto forte que, muitas vezes, nos abana e nos faz pensar. Esta é a experiência que todos nós levamos sempre do Convívio Fraterno: que Deus ama-nos, que Deus salva-nos e que Deus quer estar sempre junto de cada um de nós porque Deus vive e quer que nós vivamos com Ele, a partir da sua vida abundante”, explicou.

O sacerdote disse ainda que aquele encontro teve como objetivo não apenas recordar, mas constituiu um “desafio”. “O que é que eu posso continuar a fazer por este movimento na minha paróquia?”, interrogou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na oração mariana – que de manhã se seguiu à intervenção do padre Luís Gonzaga, iniciador do Movimento dos Convívios Fraternos (MCF) no Algarve juntamente com o cónego Manuel Rodrigues, e à partilha de grupos que lhe sucedeu -, o padre António de Freitas já tinha aludido à consequência da participação num Convívio Fraterno. “Quando deixamos Deus entrar na nossa vida, ela não mais nos pertence. Pertence àqueles que estão à nossa volta e é neles que a nossa vida vai encontrar verdadeiramente plenitude, sentido, alegria e entusiasmo”, afirmou, acrescentando: “percebemos que vimos aqui não para ter o movimento para nós, não para ter Cristo para nós, mas para Cristo e o movimento tomar a nossa vida e, a partir daí, sermos também para os outros”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote considerou ainda o MCF “um dos sinais” que Deus dá à Igreja algarvia de que tem de “viver mais da confiança do que do pessimismo”. “Não pensemos no que nos falta, no que ainda não foi feito, no que falhou. Pensemos no que Deus já fez porque é aí que vamos encontrar força para mais”, aconselhou, acrescentando: “mais do que para ficarmos retidos no passado, este dia deve ser, sobretudo, para nos projetar no futuro, naquilo que é preciso recuperar na alegria da nossa vida transformada por Cristo e para, nas nossas comunidades e na nossa diocese, voltarmos a ser este movimento forte, alegre e entusiasta que continua, pela alegria, a atrair os outros”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Movimento dos Convívios Fraternos assinalou 40 anos de presença no Algarve com encontro (c/fotorreportagem)