A paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Portimão apresentou no passado domingo um livro que aborda o regresso da Companhia de Jesus há 40 anos ao Algarve (concretamente àquele concelho) – após a expulsão dos jesuítas em 1759 dos colégios algarvios (Faro e Portimão) pelo Marquês de Pombal – e faz memória dos seus 25 anos de vida.
A publicação, intitulada “Regresso dos Jesuítas ao Algarve – 25 anos da paróquia de Nossa Senhora do Amparo”, foi apresentada precisamente na semana em que ocorreram as celebrações da constituição daquela comunidade como paróquia e dos 25 anos da sagração da igreja paroquial, construída no lugar de uma antiga quinta, separada da então Vila Nova de Portimão, onde já existia a ermida de Nossa Senhora do Amparo, construída na segunda metade do século XVII e que foi preservada.
O padre Domingos da Costa, atual pároco daquela comunidade e um dos protagonistas desse regresso em 1975 juntamente com o padre Arsénio da Silva, antigo pároco de Nossa Senhora do Amparo, explicou que o seu colega, falecido em 2012, “está na origem desta história e foi o principal ator dela”, embora tivesse vivido “sem grande ou nenhuma preocupação de a passar a escrito”. “Quando, em setembro de 2013, tomei conta da paróquia, um dos meus primeiros propósitos foi passar a escrito esta história para que os que a não conheceram nem viveram a pudessem recordar, assimilar, e nela se pudessem ingerir para a puderem continuar”, explicou.
“Quanto melhor conhecerem as origens desta história, tanto melhor a poderão viver e continuar, não para ficarem agarrados ao passado, ao que sempre se fez e ao modo como foi feito, mas abrindo-se ao futuro em novas iniciativas próprias do espírito da Companhia de Jesus porque a história é vida em movimento”, prosseguiu na apresentação que teve lugar no centro paroquial.
Igualmente presente na sessão de lançamento, o padre Luís do Amaral, também pároco da paróquia aniversariante, fez uma referência cronológica aos principais acontecimentos relatados na publicação e referiu-se brevemente aos 19 capítulos que a constituem.
O bispo do Algarve destacou a “riqueza das muitas achegas e testemunhos” que compõem a obra, considerando que isso “torna o livro ainda mais atrativo e vivo porque é o modo como cada um daqueles que contribuiu para ele viveu esta história”. “Vi por detrás de cada testemunho essa vivência de fé, gratidão e alegria por reviver estes tempos difíceis, às vezes com muita imprevisibilidade. Muito obrigado por este livro. Penso que ele constituirá memória viva destes 25 anos”, agradeceu D. Manuel Quintas na apresentação que contou também com a presença de Amadeu Carrilho, um dos ajudantes diretos do padre Arsénio da Silva na construção da igreja que se referiu a outros colaboradores, e das irmãs do Instituto de Santa Doroteia (doroteias) que trabalharam na paróquia nos seus primeiros anos de vida.
Após a apresentação do livro, que contou ainda com a presença do padre Frederico Lemos, último sacerdote jesuíta a vir para o Algarve, foi celebrada uma missa de ação de graças, presidida pelo bispo do Algarve, seguindo-se a procissão em honra de Nossa Senhora do Amparo.
Na passada quarta-feira, a comunidade algarvia jesuíta assinalou ainda os 40 anos de regresso do instituto ao Algarve com a realização de uma pequena celebração que teve lugar no primeiro apartamento onde moraram os protagonistas do retorno.
A publicação agora apresentada, que também assinala e se congratula com o reforço este ano da comunidade jesuíta no Algarve, é ilustrada por muitas fotografias e composta por 248 página e poderá ser adquirida nas paróquias de Nossa Senhora do Amparo e da Mexilhoeira Grande pelo valor de sete euros.