A disponibilização de cuidados clínicos especializados e a resposta social para famílias são os principais objetivos da Estrutura Residencial para Doentes de Alzheimer que irá ser construída em Castro Marim, disse o presidente da câmara.
Francisco Amaral explicou, em declarações à agência Lusa, que o número de pessoas com esta doença degenerativa “está a aumentar” e que a Câmara de Castro Marim está a promover palestras para consciencializar a população sobre a importância de a patologia “ser diagnosticada o mais cedo possível”, porque os “tratamentos também são assim mais eficazes”.
“É uma área que nos preocupa muito e está neste momento na ordem do dia. Cada vez há mais doentes de Alzheimer e as condições para os internar e para serem seguidos são poucas ou nenhumas, porque os lares estão muito pouco vocacionados para esta realidade”, considerou o autarca.
Francisco Amaral congratulou-se, por isso, com o projeto da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim de construir uma Estrutura Residencial para Doentes de Alzheimer, obra orçada em 2,5 milhões de euros e que dará origem, segundo o autarca, à “primeira estrutura no sul do país habilitada especificamente para o tratamento deste tipo de doentes”.
O projeto de arquitetura da Estrutura Residencial – a construir no antigo edifício sede da Casa do Povo da localidade algarvia, com capacidade para “70 utentes” e podendo criar “50 postos de trabalho” – foi apresentado ao presidente da câmara pela Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, numa reunião de trabalho com o provedor, José Cabrita.
O objetivo da unidade é “dar uma resposta eficaz e adequada às necessidades específicas dos indivíduos portadores da doença de Alzheimer, não só aos doentes do concelho, mas antes a toda a região algarvia”, anunciou a Câmara de Castro Marim num comunicado.
A mesma fonte precisou que a residência pode ser “uma realidade dentro de dois anos”, salientando que, “a sul do [rio] Tejo, não existe qualquer unidade desta natureza que possa responder a doentes com esta patologia”, o que cria “um grave problema para as famílias que têm doentes de Alzheimer a seu cargo”, porque “os lares da terceira idade não têm estruturas físicas, nem pessoal especializado adequados” para tratar estas pessoas.
“Trata-se de resolver um problema que aflige seriamente os pacientes de Alzheimer e as famílias: o seu internamento e a qualidade de vida destas pessoas”, referiu ainda a autarquia.