O Orçamento de Estado para 2011 que esta semana se discutiu na Assembleia da República é uma vergonha política e uma tragédia social. Por isso impõe-se perguntar como foi possível deixarem o nosso país chegar a este ponto de extrema dependência externa? Não se trata de incompetência. O Ministro das Finanças e a sua equipa de Secretários de Estado são tecnicamente competentes, disso não pode restar a menor dúvida. Trata-se antes de uma questão de irresponsabilidade política do Primeiro Ministro que em 2009, por razões eleitoralistas "abriu os cordões à bolsa" e fomentou o despesismo, alegadamente por razões sociais, mas agora que essas razões se mantêm e ainda são mais agudas, o "Zézinho", corta com os abonos de família, esquece os "cheques bebé" que nunca passaram de uma vã quimera eleitoral, reduz os salários, as pensões, as reformas e os subsídios sociais, pois este ano não há eleições e já não há incautos para enganar.
Quem assim se comporta, enganando o povo, adopta uma conduta "desviante", uma conduta politicamente criminosa. Porém, como tais personagens não podem ser constituídas arguidas, porque o Código penal não tipifica esse crime, esperemos que pelo menos, o "Zézinho" e os membros do seu grupo venham a ser julgados eleitoralmente e afastados o mais depressa possível (lá para Maio/Junho de 2011) porque os portugueses precisam de um chefe de governo responsável, competente e sério.
De facto, é urgente afastar os governantes que não têm ética política e comprometem o presente de quem trabalha e o futuro dos nossos filhos. Portugal bateu no fundo! Ainda há um ano nos enganaram com o PEC1 alegando que esse instrumento era fundamental para o crescimento económico, a criação de emprego e o apoio ao tecido empresarial.
Poucos meses depois estávamos perante uma nova, grosseira, dolosa e chocante mentira: Novamente, com uma enorme desfaçatez apresentaram o PEC 2 alegadamente para salvar a economia, as finanças públicas e o crédito internacional. Paralelamente a estas medidas draconianas continuaram os luxos e as ostentações dos poderosos e seus amigos, os abusos de poder, o despesismo desenfreado, os gastos supérfluos, o novo riquismo, a gestão danosa, o tráfico de influências e a corrupção, de que o caso sucateiro é apenas um caso conhecido entre muitos outros ainda desconhecidos. Agora, o povo que pague a factura do despesismo do "Zézinho", suportando os impostos que são um verdadeiro esbulho violento, um latrocínio legal. O nosso Estado é aliás especialista em fazer leis para justificar os seus latrocínios, sempre assim foi, e pelos vistos há-de continuar a ser!
No século dezanove ficaram célebres na Região de Entre Douro e Minho, os bandos rivais do Zé do Telhado e do Zé Pequeno que assaltavam nas estradas e pela calada da noite as casas senhoriais e de lavoura. Estes antigos "Zés" do Vale do Sousa tem hoje um digno sucessor no "Zézinho", que faz leis fiscais para assaltar a carteira dos portugueses, obrigando-os a pagar os custos dos seus desvarios, as despesas das suas obsessões e das suas "engenharias financeiras".
Se alguém acha este texto um exagero, espere por Janeiro de 2011 e logo então, mas só então, me diga alguma coisa!