O padre Lino Maia, que falava na ‘Festa da Solidariedade’ que reuniu Instituições Particulares de Solidariedade Social de todo o país, defendeu por isso que a crise por que estamos a passar é consequência de se ter preterido a pessoa em função do dinheiro.

O sacerdote considerou que a atual crise “é muito consequência, noutros países e em Portugal, de se ter criado a ideia de que o fundamental é ganhar dinheiro”. “Para isso se produz e se criam necessidades para vender e alguns lucram e outros empobrecem”, lamentou, acrescentando que “o mercado levou à situação em que estamos”.

Neste sentido, aquele dirigente evidenciou que, para as IPSS, “o importante não é o mercado” mas “as pessoas” e “cada uma” delas e que aquelas instituições reclamam para cada um dos seus utentes o “direito de ser pessoa”. “Podemos dizer que as IPSS é que, verdadeiramente, não querem que ninguém fique para traz”, complementou, lembrando que aquelas organizações “têm respostas para os pobres e não olham àquilo que as pessoas têm, mas aos direitos de cada pessoa que deve ter futuro”.

O padre Lino Maia destacou ainda que, “apesar das folgas de apoio e das dificuldades, não há instituições a fechar portas, nem a mandar pessoas embora”. “Precisamos de meios, de ser respeitados e de apoio para aquilo que fazemos, mas mais importante do que isso são as pessoas a quem nos dedicamos”, justificou.

“Não tenho a menor dúvida que, daqui a alguns anos, se vai dizer deste país que, nas IPSS, se encontrou a «luz ao fundo do túnel»”, afirmou ainda.

Samuel Mendonça