Li, há dias, um artigo publicado numa prestimosa revista católica sobre os atentados à vida e a perversão ideológica dos valores, que tão profundamente me tocou, que quero fazer aqui algumas ressonâncias a esse mesmo artigo.
Assistimos, hoje, nesta nossa velha Europa, à erosão e perversão dos valores que a fizeram nascer e, por muitos séculos, a mantiveram como luzeiro civilizacional do resto do mundo.
Hoje, porém, que é o que vemos mesmo em países de tradição cristã?
Não precisamos ir mais longe, basta repararmos no Portugal hodierno.
Por exemplo aprova-se por lei o aborto a que dão eufemisticamente o nome de interrupção voluntária da gravidez, permitindo que se matem crianças que palpitavam no seio de suas mães.
E os números são aterradores, pois, na Europa comunitária são feitos, anualmente quase um milhão e meio de abortos.
No nosso país realizaram-se em 2009 dezanove mil abortos…
Permitem-se experiências científicas com embriões humanos a que dão o nome de experimentação com células estaminais.
Todas estas designações têm como objectivo: atenuar a gravidade moral quer nas pessoas, quer em toda a sociedade.
Além disso, já há na Europa países em que se matam pessoas idosas, doentes terminais ou recém-nascidos gravemente doentes ou deficientes, dando a esta prática macabra o nome de eutanásia.
E a tudo isto podemos acrescentar ainda o legitimarem-se e equipararem-se as uniões de pessoas do mesmo sexo como se de casamentos morais se tratassem.
É bem evidente que todo este estado de coisas advém da perversão dos valores que leis iníquas legitimam indo contra os mais elementares princípios morais.
Estamos, pois, a assistir à maior promoção, digamos assim, de uma autêntica cultura de morte.
Daí a necessidade do homem e da mulher cristãos se empenharem, em todos os sectores da sociedade em que estão inseridos, dando testemunho e cultivando os verdadeiros valores, que são sempre valores de vida e não de morte.