O Triénio Pastoral 2021/2024 da Diocese do Algarve destaca “algumas realidades que se devem tomar como prioritárias e centrais” na ação eclesial.

A primeira delas é a juventude, tendo em conta a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2023 em Lisboa. As restantes são a “iniciação cristã, (re)descoberta e aprofundamento da fé”, a “espiritualidade”, a “formação permanente”, a “resposta pastoral aos desafios da pandemia” e quatro “acontecimentos eclesiais”.

Relativamente à juventude é apontada a necessidade de “favorecer um caminho de conversão que passe duma Pastoral Juvenil para os jovens para uma Pastoral Juvenil com os jovens, onde eles mesmos, acompanhados pelas comunidades cristãs e seus animadores, sejam protagonistas do seu caminho de fé que leve a uma integração na vida da comunidade paroquial”.

É indicada a necessidade de “promover a comunhão e unidade de trabalho entre os setores e movimentos que têm os jovens como centro do seu agir” e o documento programático realça a importância de “aproveitar o entusiamo do caminho rumo à JMJ 2023, para recuperar um dinamismo de ação e coordenação em rede na pastoral juvenil, em toda a diocese”.

É referida também a necessidade de promover “oportunidades de formação para Animadores de Pastoral Juvenil, bem como de processos formativos de Lideranças Juvenis, que possam repercutir-se numa renovação eclesial no pós-JMJ 2023”.

Exorta-se ainda a “tornar a dimensão vocacional transversal a toda a ação pastoral com jovens, em resposta ao Biénio Vocacional da Província Eclesiástica de Évora” e a “recuperar as linhas fundamentais da Encíclica Laudato Sì, do Papa Francisco”.

Pede-se que se possa “continuar a motivar e proporcionar tempos de oração que envolvam os jovens na dimensão da espiritualidade” e “oferecer maior atenção aos casais e famílias jovens nos seus primeiros anos de matrimónio, procurando integrá-los num percurso de redescoberta da fé que os leve à integração comunitária paroquial”.

A diocese sente ainda a “necessidade de renovar um maior empenho na Iniciação Cristã e na capacidade de criar estruturas e processos que possibilitem a (re)descoberta e/ou aprofundamento da Fé”, de “revitalizar o Catecumenado de Adultos”, de “implementar e reforçar os grupos de catequese e aprofundamento da fé para adultos”, de “promover formação específica para Catequistas vocacionados a acompanhar adultos” e de “gerar um maior acompanhamento e relação do Sector Diocesano da Educação da Fé dos Adultos com as paróquias”.

O “cuidado pela vida espiritual dos cristãos” do Algarve “deve continuar a ser dinamizado de modo prioritário”, sendo sublinhada a importância da Lectio Divina, das Oficinas de Oração e da Liturgia das Horas, de “continuar e aumentar a realização de tempos fortes de espiritualidade”, de “continuar a desenvolver e apoiar a Espiritualidade Familiar” e de “imprimir nos grupos de Catequese uma maior dinâmica que favoreça a vida espiritual de encontro interior com Deus”.

Em relação à formação permanente, o documento aponta a realização do novo Curso Básico de Teologia e a necessidade de “organizar formação específica para os leigos”, de “promover encontros formativos para as Equipas de Acolhimento, surgidas com a pandemia”, de “continuar a promover as Jornadas Diocesanas nas diversas áreas (Bíblica, Litúrgica, Sócio-Caritativa e Pastoral) e de “renovar e atualizar a formação dos cristãos que já exercem ministérios e serviços nas comunidades cristãs”.

No âmbito da “resposta pastoral aos desafios da pandemia” é referido que as iniciativas (exceto as celebrações) com recurso às plataformas digitais “devem continuar a ser promovidas, com a necessária qualidade”, que se deve “procurar fomentar plataformas e estruturas de diálogo, reflexão e trabalho comum” com a sociedade civil, que “é cada vez mais urgente modificar o estilo de vida comunitária paroquial” com vista ao “envolvimento de todos na ação comunitária”.

Também a “redescoberta, renovação e revitalização dos ministérios e serviços” é referida de modo que se possa “dar o devido lugar aos batizados-leigos, não por falta ou incapacidade dos Ministros Ordenados, mas por direito e como resposta à vocação batismal”.

É ainda pedido que cada comunidade promova um “serviço/equipa para acompanhar” situações de sofrimento. “A solidão, o isolamento, os traumas e as consequências interiores da pandemia exigem que se esteja profundamente atento e se crie um ministério de acompanhamento destas vidas e situações. A ação caritativa para fazer face às consequências negativas materiais que surgiram em muitas vidas é urgente; mas não é menos importante fazer face às consequências negativas provocadas na vida interior de muitas pessoas”, é referido.

Por fim, são apontados quatro acontecimentos eclesiais a ter presentes: a Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa, o Biénio Vocacional da Província Eclesiástica de Évora, o Sínodo dos Bispos de 2023 e o Ano “Amoris Laetitia” (a decorrer até junho de 2022).