Nos peditórios, realizados em 2010 e 2011 nas celebrações dominicais, foram angariados, respetivamente, 14.925 e 11.864 euros, sendo que no último ano o donativo foi entregue à Obra de Propagação da Fé (organização da Santa Sé que apoia projetos eclesiais e humanitários) para a realização de iniciativas nos Camarões e para a ‘Domus Missionalis’ (fundação do Vaticano que apoia a formação de jovens padres em Roma, oriundos de territórios de missão); à Obra de São Pedro Apóstolo (organização da Santa Sé, que atribui bolsas de estudo a seminaristas), concretamente para os Camarões; e à Obra da Santa Infância (organização da Santa Sé que apoia projetos para a infância) para o desenvolvimento de iniciativas no Burkina Faso.

Depois de amanhã, e em pleno mês de outubro dedicado, anualmente, pela Igreja à causa missionária, celebra-se o 86.º Dia Mundial das Missões que volta a incluir a realização do peditório em todas as eucaristias das paróquias de todas as dioceses.

Este ano a Igreja apela ao renovamento do entusiasmo de comunicar a fé. Bento XVI deseja que atenção dedicada às missões, este mês, “promova uma maior dinâmica de evangelização da Igreja Católica, num momento em que aumenta o número dos que não conhecem a mensagem cristã”, lembra a agência Ecclesia.

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, o Papa fala numa “crise de fé, não só no mundo ocidental, mas em grande parte da humanidade”. “É preciso renovar o entusiasmo de comunicar a fé, para promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã, que estão a perder a referência a Deus, de forma a redescobrir a alegria de crer”, sustenta.

Este esforço, destaca o texto, transforma-se em “intervenção de ajuda ao próximo, justiça com os mais pobres, possibilidade de instrução nas aldeias mais dispersas, assistência médica em lugares remotos, emancipação da miséria, reabilitação dos que estão marginalizados, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas e respeito pela vida em todas as suas fases”.

Bento XVI aponta como meta que “o Evangelho chegue até aos confins extremos da terra”, lembrando que os católicos devem “estar atentos aos que estão longe, aos que ainda não conhecem Cristo”.

O documento recorda o decreto ‘Ad gentes’ (Concilio Vaticano II), o início do Ano da Fé e a realização do Sínodo dos Bispos sobre o tema da nova evangelização, elementos que, segundo o Papa, servem para “reafirmar a vontade da Igreja em empenhar-se com maior coragem e ardor na missão”.

Bento XVI lembra ainda os “muitos sacerdotes, religiosos e religiosas de todas as partes do mundo, numerosos leigos e mesmo famílias inteiras deixam o seu próprio país, as suas comunidades locais e partem para outras Igrejas para testemunhar e anunciar o nome de Cristo”.

A Igreja Católica em Portugal tinha 699 missionários em 2011, distribuídos por dezenas de países, um número que revela uma quebra de 84 pessoas face a 2009. Os dados são revelados pelo “Inquérito sobre os Missionários, Missionárias e Leigos Portugueses em Missão Ad Gentes em 2012” promovido pelas Obras Missionárias Pontifícias. Os missionários e missionárias leigos são neste momento em maior número (287), seguindo-se as religiosas (208) e os missionários padres e religiosos (203). O Brasil é o país que acolhe mais missionários e missionárias consagrados (81), sendo Moçambique o destino mais procurado pelos missionários leigos (121). Na globalidade, África é onde está o maior número de missionários portugueses (464), seguindo-se a América (125), a Europa (70) e a Ásia (40).

O Dia Mundial das Missões foi instituído pelo Papa Pio XI em 1927.

Redação com Ecclesia