O bispo do Algarve realçou que a solenidade da Epifania – conhecida popularmente como Dia de Reis que a Igreja hoje celebrou – contribui para a predisposição interior para a peregrinação a que os cristãos são chamados.

“Nós somos esses «reis» que também devemos pôr-nos a caminho”, afirmou D. Manuel Quintas, lembrando que “este é o ano jubilar de ser peregrinos de esperança”.
“Quem decide fazer uma caminhada leva o essencial porque tudo a mais atrapalha, pesa, provoca o cansaço e a incapacidade de chegar ao fim que pretendemos”, constatou, acrescentando que “a peregrinação tem este sentido também purificador, libertador”.

O bispo diocesano desafiou cada um a “fixar-se no essencial”. “Naquilo que nos aproxima uns dos outros, de Deus, naquilo que nos ajuda a viver com mais verdade e autenticidade a nossa condição humana e à luz da nossa própria fé”, clarificou.

Na Eucaristia a que presidiu esta manhã na igreja matriz de São Brás de Alportel, no âmbito da visita pastoral que está a realizar àquela paróquia, o bispo do Algarve lembrou que o “primeiro objetivo do Jubileu” é “mudança, conversão interior, sair por outro caminho, mudar de rumo”. “O elemento essencial do Jubileu é a conversão, a mudança de vida depois de nos encontrarmos com a pessoa de Jesus. O Espírito Santo é aquele que opera em nós essa conversão, essa mudança de vida”, completou, lembrando que “os magos eram guiados por uma estrela” enquanto os cristãos são guiados por “essa luz recebida no batismo”.

Aproveitando o episódio da adoração feita pelos Magos, o bispo do Algarve lembrou que “Jesus nasceu para todos”. “Todos podem procurá-lo, independentemente da cultura a que pertençam, da língua, que falem, do seu povo, país, continente. A salvação é para todos, não é apenas para um grupo limitado. Jesus abre o amor e a salvação de Deus a todos os povos, de todas as raças, línguas, culturas, religiões”, sustentou, lembrando que a palavra epifania “quer dizer manifestação a todos, a todo o mundo”. “Hoje é dia de sair para fora, de cantar as janeiras, ou seja, de partilhar com os outros a alegria que celebrámos no Natal e de manifestarmos a nossa alegria com o nascimento de Jesus, dizendo que Ele nasceu para todos, sem exceção”, concluiu.