O bispo do Algarve destacou, no passado sábado, o “ato de grande coragem” de Martinho Lutero ao “contestar princípios e orientações que, segundo a sua maneira de ver, não se adequavam verdadeiramente ao espírito do evangelho”.

D. Manuel Quintas falava na oração ecuménica realizada naquele dia na igreja de São Francisco, em Faro, no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro), com a participação, para além da Igreja Católica, das Igrejas Greco-católica, Anglicana, Luterana e Ortodoxa romena.

Na celebração que assinalou de modo especial os 500 anos da Reforma Protestante (1517), o prelado considerou que “naquela altura faltou clarividência” para ver na iniciativa de Lutero “um apelo a uma mudança de vida e não uma contestação pura e simples”. “Hoje estamos a olhar do outro lado e vemos como muitas afirmações tinham grande oportunidade e atualidade para aquele tempo”, acrescentou, rejeitando, contudo, que os cristãos de hoje “melhores do que naquele tempo”.

O bispo do Algarve lembrou as principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorridas no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras), no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas), no século XVI, com a Reforma Protestante e, posteriormente, com a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).