O bispo do Algarve explicou, por isso, que não basta sentir-se muito unido a Jesus através da adoração eucarística. “Jesus atrai-nos para si, na Eucaristia, para nos enviar para os outros. Não devemos ficar contentes e felizes porque nos sentimos muito unidos a Ele. Isso não é suficiente. A Eucaristia só é completa na nossa vida quando esta união e comunhão acontece também com os outros, quando levamos Jesus na Eucaristia para o mundo, para a nossa vida”, sustentou, acrescentando ser por isso que “a Eucaristia impele todo o que acredita em Cristo a fazer-se pão repartido para os outros, e consequentemente, a empenhar-se num mundo melhor, mais justo, mais fraterno e solidário, num mundo em que todos encontrem o suficiente para viver com dignidade”.
Neste sentido, D. Manuel Quintas acrescentou que “acolher Cristo na Eucaristia deve levar-nos sempre aos outros” porque essa é a “marca indelével da identidade cristã”, a “vocação de todo o discípulo de Cristo”. Citando o Papa Bento XVI, o bispo diocesano apontou a Eucaristia como “antídoto” para a lógica do egoísmo. “Numa cultura cada vez mais individualista, como a que estamos inseridos e que tende a espalhar-se por todo o mundo, a Eucaristia é uma espécie de antídoto que age na mente e coração dos crentes e que neles semeia a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho”, afirmou.
D. Manuel Quintas considerou assim que “a presença de Jesus na Eucaristia é humilde, silenciosa, mas profundamente eficaz na vida daqueles que nela acreditam e para os quais o domingo constitui o ato eclesial comunitário insubstituível da celebração da fé e da vida cristã”. “Cristo, na Eucaristia, dá-nos a lição permanente de um amor levado até ao extremo, sem medida. Cristo amou-nos até à cruz e continua a manifestar este amor no sacramento da Eucaristia. Por isso é o tesouro da Igreja e o nosso bem mais precioso”, justificou.
A terminar, o prelado lembrou que “da intensidade da vida eucarística de cada cristão e de cada comunidade paroquial pode medir-se a qualidade da sua comunhão fraterna e a autenticidade do seu compromisso missionário”. “Só uma Igreja autenticamente eucarística será sempre missionária e fiel aos valores do Evangelho e de Jesus Cristo”, advertiu.
D. Manuel Quintas regozijou-se ainda com a participação de muitas das 143 crianças das paróquias da cidade de Faro que naquele dia realizaram a sua primeira comunhão.