O bispo do Algarve afirmou no passado sábado, na Assembleia Diocesana com cerca de 150 participantes de toda diocese para apresentação do Triénio Pastoral 2021/2024, que o programa idealizado “é fruto de um caminho sinodal”.

A Igreja Católica do Algarve reuniu-se na manhã de 18 de setembro na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, para apresentar o plano pastoral de três anos e o programa deste ano 2021/2022 sob o tema “Renovar pela transformação do Espírito (Ef 4,23)”.

“Não devemos pensar que não temos vivido em sinodalidade. O programa pastoral que temos é fruto de um caminho sinodal”, afirmou D. Manuel Quintas, acrescentando que a Diocese do Algarve quer agora viver essa realidade “com outro ritmo”, tendo em conta aquilo que o Papa propõe.

O Papa Francisco convocou a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, para outubro de 2023, sob o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, apelando ao envolvimento das comunidades católicas. A abertura do Sínodo acontece no Vaticano, sob a presidência do Papa, nos dias 9 e 10 de outubro deste ano, e em cada diocese católica, a 17 de outubro, sob a presidência do respetivo bispo. Na Diocese do Algarve, a abertura terá lugar na Sé de Faro, com a Eucaristia presidida pelas 17h pelo bispo do Algarve.

“É algo que nos vai ajudar a ser mais Igreja. Mais Igreja diocesana e mais Igreja no sentido universal”, considerou o bispo do Algarve.

D. Manuel Quintas referiu que a Igreja, “nascida do Pentecostes”, “deve surpreender, provocar admiração e atracão” e é “chamada a anunciar uma mensagem sempre nova, a mensagem do evangelho”. “Uma Igreja que perdesse a capacidade de surpreender, diz o Papa Francisco, seria uma Igreja frágil, doente e moribunda, a precisar de ser «internada», quanto antes, possivelmente numa «unidade de cuidados intensivos». Uma Igreja assim precisa de ser conduzida novamente ao Cenáculo e de ser ligada ao «ventilador» do Espírito Santo, de modo que atuando sobre cada um dos seus membros, com fortes rajadas de vento, como na manhã de Pentecostes, ressurja uma Igreja desinstalada, rejuvenescida, a respirar a plenos pulmões, uma Igreja missionária”, metaforizou.

Neste sentido, o bispo diocesano advertiu que “recusar a entrar no «Cenáculo» é ser negacionista da ação do Espírito Santo, é recusar-se a partir em missão, é aceitar viver em esterilidade missionária”.

D. Manuel Quintas pediu aos diocesanos que se deixem “inflamar, conduzir, contagiar e fortalecer na fé do Espírito Santo” e que possam viver o “ambiente de Pentecostes”. “Permiti-me que vos exorte à docilidade ao Espírito Santo, de modo a acolhermos e a correspondermos prioritariamente na nossa vida pessoal ao apelo bíblico que vai iluminar este próximo triénio pastoral. Só renovaremos a nossa pastoral e a nossa Igreja diocesana se primeiro nos renovarmos e nos convertermos nós próprios”, alertou, acrescentando que “a conversão operada pelo Espírito é sempre pessoal, reflete-se no serviço, na pastoral e tem sempre o qualificativo de missionária”.

O responsável católico disse que cada um “deve assumir-se como enviado”, não apenas pelo bispo, mas por aquela assembleia para dar a conhecer nas paróquias os princípios inspiradores, as prioridades e as opções pastorais apresentadas que devem ser “aplicadas tendo em conta a realidade de cada comunidade”. “Tudo o que queremos promover, a partir dos diversos organismos pastorais, deve ser expressão de unidade e de comunhão, condição essencial para a eficácia e fecundidade pastoral da nossa participação consciente e corresponsável de quanto assumimos hoje como missão para a nossa Igreja diocesana”, afirmou.

A Assembleia Diocesana do passado sábado contou ainda com uma mesa redonda sobre o tema “Os jovens e a sinodalidade na renovação da Igreja”.