O encontro de encerramento do terceiro ‘curso Alpha’ da cidade de Faro, que reuniu na passada sexta-feira cerca de 80 participantes das três edições já realizadas, apelou a que não deixem perder a chama da fé.

“Não deixar perder esta chama que, eventualmente, possa ter sido acendida ou reacendida no vosso coração”, foi o pedido do pároco das paróquias de São Luís e da Sé de Faro que têm promovido desde 2020 aquela iniciativa.

Na eucaristia na igreja de São Luís que marcou o encerramento da última edição iniciada em janeiro deste ano e que decorreu online, o cónego Rui Barros Guerreiro exortou os participantes a darem continuidade ao curso que realizaram. “Se Deus nos chamou para fazer o ‘Curso Alpha’ foi por alguma razão. A primeira delas é porque vos ama. Então agora que aceitaste o convite também há que ser consequente. Se recebi o convite e esse convite foi porque o Senhor me amou primeiro, então agora como é que eu respondo ao Senhor?”, questionou.
No concerto de oração que teve ali lugar após o jantar partilhado, o sacerdote destacou o ‘Curso Alpha’ como uma oportunidade de “refletir na vida em casal ou sozinho” “em realidades da vida que são importantes”. “Jesus entra na vossa vida para que possais parar e refletir”, disse, acrescentando que agora importa serem “coerentes”. “Coerência exige correspondência entre aquilo que digo e aquilo que penso e que faço”, lembrou, referindo a importância da Eucaristia e da palavra de Deus. “Não fiqueis somente pelo ‘Curso Alpha’”, pediu.

Emília Batista, uma das participantes nas edições já realizadas, testemunhou que “foi muito bom andar no ‘Alpha’, sentir a força da oração e a presença do Espírito Santo”. “Deus chama-nos, não força a entrada. Temos de ser nós a escutar a sua voz e a «abrir a porta» por dentro”, realçou. “Se vos convidarem para fazer um ‘Curso Alpha’ não tenham medo de dizer sim. Deus tem um projeto para cada um de nós e esse projeto é um projeto de amor. Deus ama-nos incondicionalmente, mesmo quando estamos longe e andamos por caminhos mais distantes”, garantiu, acrescentando que “Deus é um Pai de braços abertos sempre à espera que os seus filhos regressem a casa”. “E cada vez que um de nós corre para os seus braços há festa em casa”, sustentou.
Aquela participante testemunhou ter feito o curso com o marido. “Foi muito bom porque, sem nos apercebermos, acabávamos por estar a falar sobre assuntos que tínhamos falado no curso. O ‘Curso Alpha’ ajudou à reflexão pessoal em casal e no grupo. Ajudou a tomar consciência da presença e da graça de Deus nas nossas vidas”, contou.

Também Helena Gonçalves disse ter ficado entusiasmada com o convite, pois, “apesar de ser cristã”, pensou que “seria mais um momento de formação”. “Este curso ajuda não só a converter cristãos, mas também a acordar cristãos que possam estar adormecidos e a entusiasmar alguns que possam estar a passar momentos menos bons”, desenvolveu.

A cantora Clara Palma durante o seu concerto de oração também se referiu ao curso. “É um instrumento de evangelização e de reavivar da fé muito importante, mas não podemos ficar só por aí porque o ‘Alpha’ é para nos lançar, para aceitarmos os nossos dons e estarmos atentos àquilo que temos e que só pode crescer se for partilhado. Os dons são para ser partilhados”, afirmou aquela carmelita missionária secular, casada, oriunda de Beja.

A cantora, que interpretou temas adaptados de vários autores, sobretudo espanhóis e italianos, disse que “o importante é que cada um encontre o seu lugar”. “Não deixem de servir a Jesus e os irmãos”, pediu.

Os ‘Cursos Alpha’ nasceram em 1977 na Holy Trinity Brompton, uma igreja anglicana no centro de Londres, no Reino Unido, para propor as bases da fé cristã ao homem moderno afastado da Igreja e da sua proposta.
Com uma configuração tipicamente de primeiro anúncio, os ‘Cursos Alpha’ estão hoje disseminados por cerca de 170 países e um pouco por todas as denominações cristãs, sobretudo na Igreja Católica.

Em Portugal, estas iniciativas de primeira abordagem à fé começaram no ano 2000, no Arciprestado de Cantanhede, Diocese de Coimbra, e estão atualmente a desenvolver-se um pouco por todo o país.
No Algarve, os ‘Cursos Alpha’ tiveram início em 2017 pela mão do padre Nelson Rodrigues, sacerdote da Diocese do Algarve, e em 2020 chegaram também às paróquias da Sé e de São Luís de Faro por influência da irmã Beatriz Santos, carmelita missionária.
Também na paróquia de Monchique começaram a ser implementados em janeiro de 2021 por influência do padre Nelson Rodrigues.
‘Cursos Alpha’ têm ajudado quatro paróquias algarvias a promover a primeira abordagem à fé