Foto © Samuel Mendonça

O presidente da Cáritas Diocesana do Algarve lembrou que “Maria, para além de ser mulher de fé é também modelo de caridade”.

Na jornada teológico-pastoral que a Diocese do Algarve promoveu no passado sábado, através do seu Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve (CEFLA), Carlos Oliveira evidenciou que a caridade da mãe de Jesus “ultrapassa os simples gestos e as atitudes concretas de alguma ajuda material, de acolhimento, de uma visita, de um gesto de perdão”. “Ela é a presença que compreende, acolhe, fortalece, dá segurança”, acrescentou a respeito de Maria.

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Naquela segunda jornada teológico-pastoral, que teve lugar no Centro Pastoral de Pêra sob o tema “Maria, Mãe e Discípula” com a participação de cerca de 200 pessoas de todo o Algarve, o orador, encarregue da dimensão sóciocaritativa daquela iniciativa de formação, que abordou o tema “Maria e a urgência da caridade”, destacou que na Virgem se encontra “a ternura e o amor de Deus”.

“Nela é visível a ajuda em manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratidão, indicando assim a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade, se sintam como em sua casa. É nela que encontramos um estilo próprio que nos educa para uma vida compartilhada e solidária em fraternidade na atenção e no acolhimento do outro, especialmente se é pobre e necessitado”, prosseguiu.

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“Com Nossa Senhora somos motivados a deixarmo-nos surpreender pela urgência da caridade, precisando que essa surpresa seja permanente, caso contrário ficaremos indiferentes”, continuou, exortando a “aprender a ouvir os apelos de Deus”, particularmente, os que se referem à vida dos pobres. “Porque a caridade é sempre o romper da indiferença, Maria não ficou indiferente e insensível às necessidades e foi mais longe”, acrescentou.

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O presidente da Cáritas algarvia disse ser preciso aprender de Maria o “encontro” na “urgência da caridade”. “Saber encontrar, como ela, a confiança no Deus que chama à caridade e que torna possível o meu ‘sim’, tornando-me disponível para acolher o outro”, precisou, acrescentando ser igualmente preciso “sair ao encontro do outro que espera”, “sem escolher a oportunidade, nem o tempo a despender com ele”.

Aquele responsável desafiou ainda à “urgência da caridade” através da “ação no anúncio do reino” e da “necessidade em participar na vida publica, lutando contra leis que vão ao arrepio das necessidades da coletividade”. “Na urgência da caridade, o estar a seu lado, zelando pelas necessidades do irmão, procurando com realismo encontrar soluções para os problemas apontados, é o exemplo que devemos tomar de Nossa Senhora”, afirmou, exortando todos ao “acolhimento para as necessidades que estão para lá do material” e a “estar atentos aos problemas dos outros por muito incómodos que eles possam ser”.

Neste sentido, apelou à “humildade no atender e na resposta a dar”, ao “amor de mãe” e à “disponibilidade e simplicidade no agir”. “Nada de altruísmos na nossa ação”, advertiu, acrescentando: “devemos deixar-nos apaixonar com ternura clarividente pelas necessidades que nos são apresentadas”.

Carlos Oliveira destacou ainda o papel da Virgem como intercessora junto do seu Filho, lembrando que “Jesus acolhe os pedidos que lhe chegam por intermédio da solicitude de Maria que se mostra amorosamente atenta às necessidades espirituais e materiais dos homens, seus filhos”.

Foto © Samuel Mendonça

A terminar, o orador apelou à mudança de atitude na pastoral social. “Hoje, apesar de serem muitos os grupos sóciocaritativos existentes na nossa diocese, continuamos a necessitar de uma revigorada mudança de atitude para que o sentido do cuidar do outro implique um conjunto de princípios, valores, indicações e práticas que ordenem a vida e a forma da relação com cuidado, com atenção”, afirmou, findando com a oração conclusiva da encíclica de Bento XVI Deus Caritas Est.

Conferência de Carlos Oliveira:

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