Foram mais de 1.500 os participantes no Jubileu das Crianças e Adolescentes, levado a cabo pela Diocese do Algarve no passado domingo à tarde em Faro.




A iniciativa teve início em quatro pontos distintos da cidade, tendo as crianças e adolescentes peregrinado depois para a catedral da diocese e atravessado a Porta Santa.




As crianças concentraram-se em três pontos para realizar a peregrinação sob o tema “O Caminho da Esperança”. As que frequentam o primeiro e segundo anos da catequese reuniram-se na Praça da Liberdade (Parque da Pontinha); as que frequentam o terceiro e quarto anos no Largo do Carmo; e as que frequentam o quinto e sexto anos no Jardim da Alameda.

Nos locais de partida, cada um recebeu um balão para nele deixasse uma mensagem de esperança. Os do grupo do primeiro e segundo anos da catequese foram convidados a desenhar um emoji que simbolizasse “amor, sorriso, beijo, rezar ou louvar”; os do grupo do terceiro e quarto anos desafiados a desenhar um símbolo como uma cruz, um coração, uma igreja ou uma flor; e os do grupo do quinto e sexto anos a escrever uma palavra como “fé, amor, alegria, perdão, amizade, perdão, luz, coragem, oração ou família”.



A segunda parte do percurso lembrou-lhes que o caminho é difícil, tendo o grupo do primeiro e segundo anos da catequese feito paragem no Jardim Manuel Bívar, o grupo do terceiro e quarto anos no passeio da Doca e o grupo do quinto e sexto anos no Largo de São Francisco. À chegada à Sé, todos se aproximaram da entrada, tendo sido recebidos pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, pelo diretor do Secretariado da Catequese da Diocese do Algarve, o padre Pedro Manuel, e também pela coordenadora do Setor da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve, a irmã Arminda Faustino.



Ali foi-lhes explicado que a Porta Santa “é um sinal de que Deus abre sempre os braços para acolher” cada um. “Jesus é essa «Porta» e quem entra por Ele encontra a vida”, desenvolveu-se, acrescentando: “A Porta Santa lembra-nos que o amor de Jesus está sempre aberto, e que cada vez que atravessamos o medo ou a dúvida, Ele está lá, com os braços estendidos. Que a vossa vida seja um balão cheio de esperança, sempre voltado para o céu, guiado pelo sopro do Espírito Santo”. De seguida, cada um, segurando o balão, proferiu a frase “Jesus, confio em Ti” e todos atravessaram a Porta Santa em silêncio e oração, tendo depositado os balões à entrada da catedral.




Já os adolescentes do 7º ao 10º anos de catequese reuniram-se junto à igreja de Santo António do Alto para iniciar a sua peregrinação sob o tema “Caminhar com Esperança”. Ali foi-lhes lembrado que “Jesus é a «Porta» que conduz à vida”. Cada um recebeu depois uma fita de cetim, tendo sido convidado a nela escrever uma “palavra, frase ou intenção”, algo que represente o que trazia no coração: “um sonho, um pedido, uma ferida, uma gratidão, uma esperança”. Chegados ao Largo do Pé da Cruz, foram desafiados, se quisessem, a ler o que escreveram nas fitas. Durante a caminhada foi-lhes pedido para atarem as fitas umas às outras, “formando uma rede” que foi depois colocada “como sinal de entrega, compromisso e fé”, junto ao símbolo do Jubileu aos pés do altar da Sé.




Seguiu-se a Eucaristia presidida por D. Manuel Quintas, com a Sé completamente cheia de cerca de 2.000 pessoas, que incluíram catequistas e familiares e vários párocos. No início da celebração, o padre Pedro Manuel lembrou que a assembleia presente peregrinou de “todos os pontos” da diocese. “Este encontro pode ter a ternura do encontro do pai com os filhos, do avô com os netos, mas sobretudo do pastor com as suas ovelhas. Obrigado por nos receber nesta casa que é tão nossa, sobretudo por ser tão sua”, disse o sacerdote ao bispo do Algarve.




Lembrando que o bispo “é o primeiro catequista da diocese”, D. Manuel Quintas considerou aquela “uma experiência única” da Igreja diocesana algarvia e recordou que este Jubileu 2025 é dedicado ao tema da esperança, uma palavra que disse significar “certeza” para os cristãos. “Porque se apoia no amor com que Deus nos ama como filhos. E, por isso, não podemos duvidar desta esperança. É uma esperança que se realiza sempre”, justificou, acrescentando que a esperança está também associada às restantes virtudes teologais da fé e da caridade. “Não as devemos separar porque estão unidas. Sustentam-se, apoiam-se e fortalecem-se umas às outras”, completou.




O bispo do Algarve evidenciou assim o sentido daquela celebração. “Hoje reunimo-nos nesta nossa catedral, nesta nossa igreja-mãe de todas as igrejas do Algarve, para fortalecer a nossa fé, vivificarmos a nossa caridade e nos sentirmos animados pela esperança, porque queremos também nós ter consciência da Igreja que somos”, afirmou, explicando não se tratar de “uma igreja de pedras”, mas “feita de pedras vivas”, que disse serem os cristãos, como “templo de Deus” porque o têm no seu coração. “Já vistes que maravilha podermos ser sacrário onde Jesus habita, templos do Espírito Santo, podermos ser casa de Deus?”, interrogou, acrescentando: “Isto é motivo de alegria para todos nós, mas também nos responsabiliza a vivermos como Deus quer que vivamos, e, sobretudo, como Jesus quer que vivamos, que é sendo amigos dele, tendo os gestos dele, tendo capacidade de acolher, perdoar e de ir ao encontro dos mais necessitados”.




Lembrando a conclusão naquele fim de semana da Semana Nacional de Oração pelos Seminários e do lausperene da Diocese do Algarve, o bispo diocesano desejou que Jesus “semeie no coração de tantos meninos e meninas” a “semente da vocação de consagração” e que todos possam ser também “sementes de esperança”.

No final da celebração, o padre Pedro Manuel, agradeceu, para além das crianças, aos catequistas e paróquias, aos padres e diáconos, à equipa do Setor Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência e à equipa que a ela se juntou para organizar o evento, bem como ao Cabido e à paróquia da Sé, ao seu pároco, ao coro, aos acólitos, à Polícia de Segurança Pública e aos agrupamentos da cidade do Corpo Nacional de Escutas. “Creio que vivemos aqui uma bonita tarde de esperança. Que bom que é podermos testemunhar isto, a partir de hoje, também nas nossas casas”, concluiu.










