O bispo do Algarve vai celebrar 25 anos de ordenação episcopal no próximo dia 03 de setembro e a exposição de arte sacra comemorativa do acontecimento jubilar foi inaugurada ao final da tarde desta quarta-feira no Paço Episcopal de Faro pela ocasião do aniversário natalício de D. Manuel Quintas que esta quarta-feira completou 76 anos de vida.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Promovida pela Diocese do Algarve, através do Cabido da Sé de Faro, a mostra, intitulada «Ecce, para glória de Deus», inspirada no lema episcopal de D. Manuel Quintas, estende-se pelas três grandes salas do primeiro andar do Paço Episcopal com três secções distintas, intituladas “Do mistério ao ministério”, “Entregues à Palavra” e “Para a glória de Deus”.

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O cónego Carlos de Aquino, que introduziu a visita à exposição, referiu-se a cada uma delas. “Na Primeira sala contemplamos a centralidade da fé através da figura do bispo, homem chamado a ser sinal visível de Cristo vivo. Ungido pelo Espírito, ele é entregue ao serviço do altar. Aqui se acentua a centralidade da Eucaristia, mas também a importância da sua comunhão com Pedro, Apóstolo do Senhor, garante da unidade da lgreja, cuja missão é continuada pelo Santo Padre, o Papa”, referiu.

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“Na segunda sala contemplamos a fecundidade do dinamismo profético, «Entregues à Palavra». Ela constitui o centro da vida do pastor e do mestre. É o Evangelho de Cristo que ele deve anunciar com fidelidade e constância”, prosseguiu, acrescentando: “No silêncio da oração, na dignidade e no esplendor da liturgia, na força iluminadora da Palavra, toda a sua vida e missão se tornam testemunho d’Aquele que é santo e nos chama à santidade, vocação sublime de toda a vida cristã. A valorizar esta vocação, a partir da contemplação dos beatos da nossa diocese e da Virgem Santa Maria, venerada na piedade deste povo algarvio como a Santíssima Virgem da Piedade, amada Mãe Soberana, se conclui a presente exposição na terceira sala, apresentando o sentido profundo e a finalidade de toda a vida e serviço: tudo «para a glória de Deus»”.

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O sacerdote, que assumiu a coordenação geral da exposição, realçou ainda que “assim como a arte sacra, ícone da beleza, revela mistérios invisíveis através das formas e das cores, também o bispo revela, na sua missão, o mistério de um Deus que caminha com o seu povo, a eterna beleza”. “Nesta exposição, constituída por obras de arte sacra, objetos litúrgicos e diversos documentos da nossa Diocese do Algarve, transfigurados pela fé, somos conduzidos ao mistério, levados a perceber, com os «olhos» da alma, a dignidade e a missão episcopal como serviço à edificação da lgreja na comunhão e unidade; um ministério vivido de joelhos diante de Deus e na firmeza de pés assentes no chão, ao serviço do Seu povo”, completou, explicando que no “jubileu de prata” de D. Manuel Quintas “não se exalta uma pessoa, mas sim, Deus, que chama e sustenta e continua a confiar o seu rebanho a corações humanos”.

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O cónego da Sé de Faro elucidou ainda que a exposição “propõe um itinerário de contemplação e memória a partir da cruz de Cristo, que a inicia e conclui”. “A Cruz do Senhor, pela qual o bispo orienta toda a sua vida e entrega. Ela constitui um convite à meditação sobre a beleza da vocação cristã e episcopal, refletida na arte que canta a glória de Deus e edifica o coração dos fiéis”, sustentou.

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A mostra reúne então 30 peças de paróquias das três regiões pastorais da diocese – barlavento, centro e sotavento -, concretamente da ermida do Carvoeiro em Lagoa, da ermida de Nossa Senhora da Piedade em Loulé, da ermida de Santa Margarida em Tavira, da igreja de São Francisco em Loulé, da igreja de Santa Maria do Castelo em Tavira, da igreja do Rogil em Aljezur, da igreja matriz de Loulé, da igreja matriz de Querença, da igreja paroquial de Albufeira e da igreja paroquial de Santiago de Tavira e também da coleção particular de D. Manuel Quintas, do Museu do Cabido da Sé de Faro, do Paço Episcopal de Faro e do Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Loulé.

Entre as peças expostas, do século XV ao século XXI, há exemplares de paramentaria e têxteis, alfaias litúrgicas, ourivesaria, imaginária, pintura e documentação.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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O bispo do Algarve considerou ser a diocese que beneficia com a exposição. “Manifestei, desde a primeira hora, a minha total adesão a esta iniciativa e a disponibilidade para toda a colaboração possível no sentido da concretização deste projeto, certo, tal como o nosso Cabido, de que assim estávamos a contribuir para possibilitar o melhor e maior conhecimento do nosso património diocesano e algarvio, particularmente desta cidade de Faro”, sustentou.

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D. Manuel Quintas explicou ainda o tema da exposição alusivo ao seu lema episcopal. “A expressão «Ecce» é oriunda da minha família religiosa, os Sacerdotes do Coração de Jesus, e a expressão «Ámen para a glória de Deus» colhi-a aqui da diocese. Estávamos a celebrar o grande Jubileu do ano 2000 e a diocese tinha assumido como lema inspirador de todo esse ano o «Ámen para a glória de Deus»”, explicou.

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D. Manuel Quintas agradeceu, por fim, ao coordenador da exposição e a quantos o apoiaram e quis ainda lembrar o padre José da Cunha Duarte, falecido na última terça-feira, como “alguém que se dedicou profundamente à cultura algarvia”.

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O bispo do Algarve foi presenteado pelo Cabido Catedralício com uma mitra entregue pelo cónego Mário de Sousa e os presentes cantaram-lhe ainda os parabéns. A inauguração contou com a atuação do Ensemble de Flautas de Loulé, dirigido pela professora Ana Figueiras, composto por alunos do Conservatório de Música da cidade. Presentes estiveram os presidentes da Câmara de Faro e da União de Freguesias da cidade, entre outras entidades.

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A mostra, que contou com apoio à coordenação do cónego Joaquim Nunes e do diretor do Museu Municipal de Faro, Marco Lopes, será visitável nos próximos tempos no horário habitual das visitas ao Paço Episcopal – de segunda-feira a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 18h – e integrará ainda a reaberta “Exposição para a Difusão do Conhecimento – Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro”, patente desde 2018 no espaço da antiga capela do Paço Episcopal de Faro, mas encerrada após a pandemia do ano 2020.

O programa para celebrar o jubileu episcopal de D. Manuel Quintas prossegue no dia 02 de setembro, pelas 21h, na Sé de Faro com um concerto de homenagem com entrada livre, levado a cabo pelo Coro e Orquestra do Algarve e oferecido pela Câmara de Faro. No dia 03 de setembro, pelas 18h, terá lugar na catedral de Faro a Eucaristia presidida pelo bispo do Algarve.