Um grupo de várias dezenas de docentes, técnicos e pessoal auxiliar de creches, jardins de infância, escolas e universidade do Algarve participou ontem ao final do dia no Jubileu do Mundo Educativo promovido pela diocese algarvia, em Loulé, no Santuário da Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como «Mãe Soberana».

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na Eucaristia que deu corpo àquela celebração, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas desafiou-os a serem “semeadores de esperança”, tendo em conta a “semente depositada no coração dos seus educandos”.

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O bispo diocesano recorreu à mensagem do Papa Leão XIV no Jubileu do Mundo Educativo, ocorrido este mês em Roma, para lembrar “o quanto a esperança é uma semente indispensável” no “vasto campo da educação” onde escolas e universidades são “laboratórios de profecia, onde a esperança é vivida e continuamente narrada e reproposta”. “Os desafios atuais podem parecer, por vezes, superiores às nossas forças, mas não é assim. Não permitamos que o pessimismo nos vença. Vençamos antes o pessimismo com esta esperança que não engana”, pediu D. Manuel Quintas.

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No dia em que a Igreja celebrou a solenidade de Cristo-Rei, o responsável católico disse ainda que “ser educador neste tempo e, naquilo que o define, especialmente no mundo educativo do Algarve, região marcada pela presença enriquecedora de tantas culturas, línguas e histórias de vida tão diferentes, significa assumir esta missão iluminados pelo modo como Jesus exerceu a sua realeza na educação dos seus discípulos”, sintetizado na afirmação “Não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida”. “Cada educando que vos é confiado é um peregrino com uma história viva que precisa de ser acolhida, respeitada e ajudada a crescer nesta esperança que não engana”, sustentou.

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“Vós sois, deste modo, verdadeiros representantes do Reino de Cristo Rei, que acolhe todos sem exceção e envolve cada um a construir juntos a casa comum da humanidade. O vosso trabalho, mais do que uma profissão, é uma missão que educa e forma não apenas intelectualmente, mas, acima de tudo, humana e cristãmente. Neste jubileu, sois convidados a renovar o vosso compromisso missionário como educadores: caminhar ao lado dos vossos educandos, respeitando as suas origens, nutrindo-os na verdade e na fé, ajudando-os a enfrentar os desafios da vida com coragem e otimismo”, prosseguiu, acrescentando: “ser educador no Algarve, hoje, é ser peregrino na esperança, uma esperança sólida, que não engana, pois está fundada na presença viva de Cristo Rei, que guia as nossas vidas para a luz da ressurreição e do amor eterno”.

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O bispo do Algarve agradeceu ainda aos educadores a sua “dedicação, generosidade e entrega” e desejou que Cristo os “fortaleça nesta missão nobre, bela e exigente” e que o Espírito Santo lhes “conceda o dom da sabedoria para enfrentar os desafios atuais da educação”. “Que o espírito do Jubileu 2025 vos inspire, motive e mobilize a continuardes a ser faróis de esperança para os vossos alunos, face à diversidade cultural e aos desafios do mundo atual, certos de que ensinar é formar para a vida, formar para a liberdade, para a justiça, para a solidariedade, virtudes tão necessárias numa comunidade escolar plural e inclusiva, que se propõe construir um ambiente de diálogo, de paz e de fraternidade”, concluiu na Eucaristia em que invocou ainda a proteção de Nossa Senhora “que também foi mãe e educadora”.

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A celebração prosseguiu com uma oração feita por uma professora e pela bênção de docentes, técnicos e pessoal auxiliar. No final da Eucaristia, o assistente do Secretariado da Pastoral Escolar da Diocese do Algarve, padre Pedro Manuel, que concelebrou a Eucaristia, lembrou que os professores de Educação Moral e Religiosa Católica são o “verdadeiro motor, sentido e espírito deste serviço que é a presença da Igreja nas escolas”.

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A Missa foi também concelebrada pelo cónego Carlos de Aquino, pároco de Loulé e reitor daquele santuário, e pelo padre Carlos de Matos, seu capelão.

Este foi o último dos jubileus programados pela Diocese do Algarve para este ano jubilar. No próximo dia 28 de dezembro ocorrerá na Sé de Faro, pelas 16h, a celebração diocesana de encerramento do Ano Jubilar. A Igreja Católica tem vindo a celebrar o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança, e que foi continuado com o pontificado de Leão XIV.