
Na sua mensagem de Natal, intitulada “Luz para toda a humanidade”, divulgada ontem à tarde, o bispo do Algarve destaca que Deus não desiste do homem e continua a vir ao seu encontro como “luz”.
“Deus continua, em cada Natal, a recordar-nos que não desiste de nós e a tornar-se presente como Luz que ilumina e desfaz as trevas que envolvem a nossa existência”, escreve D. Manuel Quintas, lamentando os “conflitos implacáveis, em diversas partes do mundo, que destroem e matam indiscriminadamente” e os “atentados sem escolher lugares e vítimas, que semeiam o medo, o terror e a morte inocente”.
“Sentimo-nos impotentes perante o drama e até mesmo o desfecho trágico dos refugiados; a pobreza de muitos, em todas as suas formas, manifestações e consequências, também entre nós, continua a contrastar com a abundância desmedida de poucos…”, acrescenta o prelado.
O bispo do Algarve destaca que “celebrar o Natal é deixar-se atrair e iluminar pelo brilho desta Luz” e “purificar e aquecer pelo seu calor”, luz que “continua hoje, como há dois mil anos na simplicidade da gruta de Belém, a indicar o caminho da construção da verdadeira paz”; luz que “brota do rosto de Cristo”, “um rosto indefeso de criança, cuja contemplação convida a eliminar todas as formas de violência e de «desumanidade»” e “a todos dirige uma proposta eficaz para construir um mundo verdadeiramente humano”.
D. Manuel Quintas considera que “o mundo precisa urgentemente desta Luz que vem do Alto” e lembra que a “missão da Igreja e de cada discípulo de Cristo” é refleti-la a “todas as realidades humanas, particularmente as situações onde a escuridão é mais densa”. Neste sentido, D. Manuel Quintas pede aos algarvios que não se deixem “vencer pela «indiferença», cada vez mais globalizada, que anestesia a fé, silencia a consciência, conduz ao descompromisso solidário, abafa esta Luz que brilha nas trevas e mata o espírito do Natal” e exorta-os a que se façam “mensageiros desta Luz que, desde Belém, continua a brilhar”.
Lembrando que neste ano pastoral de 2016/2017 os algarvios são “chamados com Maria a ser discípulos e testemunhas do Evangelho da Alegria e do Amor”, o bispo diocesano destaca a necessidade de “aprender com ela a contemplar esta Luz”.
“A celebração do Natal conduz-nos, anualmente, a revisitar a certeza de que, apesar da desumanidade presente em tantas situações do mundo de hoje, Deus continua a assumir a nossa humanidade. A misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro”, escreve ainda D. Manuel Quintas.