D. Manuel Quintas apelou ainda a percorrer o caminho sinodal com o desejo de “renovação pessoal e eclesial” como resposta aos desafios da diocese
O bispo do Algarve apelou esta manhã ao clero e aos restantes participantes na Missa Crismal, a que presidiu na Sé de Faro, que assumam a “oração como bem de primeira necessidade”, perante o “atual contexto internacional, marcado por tantos conflitos e tantos sofrimentos”.


Lembrando também o contexto de preparação para o Ano Santo de 2025 e para a segunda sessão do Sínodo sobre a sinodalidade, D. Manuel Quintas pediu ainda a todos que se empenhem, “pessoal e comunitariamente, em promover e percorrer o caminho sinodal” que lhes é proposto. “Assumamo-lo com o profundo desejo de renovação pessoal e eclesial, como resposta aos desafios pastorais da nossa Igreja diocesana”, acrescentou na Eucaristia concelebrada também pelo bispo emérito de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António dos Santos, pertence à congregação dos Missionários do Coração de Maria (claretianos), a colaborar com a Igreja do Algarve.


Inspirando-se na mensagem do Papa Francisco aos jovens na passada segunda-feira, 25 de março, por ocasião do 5º aniversário da Exortação Apostólica pós-sinodal ‘Christus vivit’ (Cristo Vive), o bispo diocesano reforçou ainda o apelo àqueles destinatários para que nunca duvidem da certeza do amor de Jesus.


D. Manuel Quintas disse-lhes ainda que a diocese precisa deles. “Nesta etapa do nosso percurso eclesial da sinodalidade e também do nosso percurso diocesano, dimensão constitutiva da Igreja, precisamos da vossa participação criatividade e generosidade. Estou certo de que quanto melhor reconhecerdes as necessidades da nossa Igreja diocesana a partir das vossas próprias paróquias melhor acolhereis os apelos que Cristo semeia em vós, inclusive o convite a segui-lo, entregando-lhe o vosso coração e a vossa vida”, afirmou.



Aproveitando o contexto de renovação das promessas sacerdotais dos padres que trabalham na diocese, o bispo do Algarve lembrou-lhes que aquele gesto constitui a expressão da sua decisão em acolher o dom que lhes “foi concedido com a alegria do dia da ordenação sacerdotal e a disposição em renovar e assumir as suas exigências”. “O sacerdote, pela graça do dom que lhe é conferido, assume algo que não é fruto de uma conquista pessoal. Chamado a agir em nome de Cristo, cabeça e pastor da sua Igreja, participa no sacerdócio que é único em Cristo. Só Cristo é verdadeiro sacerdote. Nós somos seus ministros em favor do seu povo que somos chamados a servir, seguindo e imitando aquele que, por amor, se fez o último e servo de todos”, desenvolveu.
D. Manuel Quintas disse nunca ser demais recordar que sacerdotes transportam esse “tesouro em vasos de barro”. “Cristo continua a servir-se da nossa fragilidade, de homens frágeis, limitados, pecadores, para estar presente no meio da humanidade e agir em seu favor”, prosseguiu, acrescentando: “ao meditarmos à luz da fé no dom que o Senhor nos concedeu e no dom que somos chamados a ser para a Igreja, ficamos confundidos perante a audácia de Deus que assim mesmo se confiou a seres frágeis para que não faltem ao seu povo os frutos da redenção operada por Cristo”.


O bispo do Algarve manifestou ainda publicamente o seu reconhecimento a todo o clero “pela sua dedicação” à Igreja diocesana, “não se poupando a esforços mesmo com prejuízo da saúde, desde os mais recentemente ordenados até àqueles que ultrapassam já os 80 anos de idade”. “Estamos certos de que quanto celebramos nesta Missa Crismal fortalece a nossa fraternidade presbiteral e a nossa comunhão eclesial”, afirmou.


D. Manuel Quintas pediu ainda a oração dos presentes pelo padre Octavian Anderco, “falecido em julho passado, pouco tempo depois de ter sido acolhido e incardinado na diocese” e pelos membros do clero que “estão ausentes, por motivos de doença ou de idade avançada”. O bispo diocesano regozijou-se com a concelebração do padre Getúlio Bica, ordenado em novembro passado, e do monsenhor Abílio Cardoso, “do clero da arquidiocese de Braga que, com a aprovação do seu arcebispo, decidiu dedicar o seu tempo sabático ao serviço” da Igreja algarvia. O responsável católico congratulou-se ainda com o padre José Joaquim Campôa pela celebração, em junho próximo, das suas bodas de prata sacerdotais, bem como com D. António Carrilho, bispo emérito da Diocese do Funchal, que celebrará igualmente em junho as suas bodas de prata episcopais em Loulé, cidade de onde é natural.
O bispo do Algarve considerou ainda que a concelebração eucarística da Missa Crismal proporciona anualmente oportunidade de se deter no “significado profundo e abrangente” de quanto nela é celebrado: “a instituição do sacerdócio e da Eucaristia, particularmente em tarde de Quinta-feira Santa, dons inestimáveis com que o Senhor Jesus, na véspera da sua paixão e morte, presenteou a sua Igreja”. “Queremos neste dia unir-nos um louvor ao Senhor pelo dom da Eucaristia e pelo dom do ministério ordenado, concedido aos nossos padres e diáconos em favor de todo o povo de Deus”, prosseguiu, garantindo aos restantes membros da Igreja algarvia presentes que a sua presença constitui, sobretudo para os seus párocos, um “estímulo no exercício do ministério de pastores”.
Para além das promessas sacerdotais, a Eucaristia ficou ainda marcada pela bênção dos óleos dos catecúmenos e enfermos e pela consagração do óleo do Crisma, que serão usados durante o próximo ano na administração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem ou Santa Unção, ou na dedicação dos altares ou de novas igrejas. D. Manuel Quintas lembrou, a propósito, os 28 adultos que vão receber na Vigília Pascal de sábado os sacramentos de iniciação cristã. “Eles permitem-nos a todos, particularmente a bispo e presbíteros, crescermos sempre mais na comunhão que o exercício do nosso ministério significa e exprime cada vez que nos servimos destes óleos para os sacramentos que lhes estão inerentes”, considerou.
O bispo do Algarve congratulou ainda o Cabido Catedralício pela continuação das obras de restauro naquela Sé, concretamente pela recuperação da capela das relíquias onde será colocada a de São Vicente, diácono, mártir e padroeiro da diocese algarvia. “Este investimento do nosso Cabido merece de toda a nossa parte o nosso reconhecimento porque nos permite celebrar com maior dignidade e constitui igualmente um sinal de acolhimento e de reconhecimento a quantos, sobretudo turistas, visitam esta nossa catedral”, afirmou.