Depois de no ano passado ter rumado a Paderne, a segunda ‘Missão País’ de estudantes da Universidade do Algarve (UAlg) irá, de 25 de janeiro de 02 de fevereiro, regressar àquela aldeia do barrocal algarvio para viver o segundo ano daquela iniciativa de voluntariado universitário.
Este ano, sob o lema ‘Não se perturbe o vosso coração!’, a ‘Missão País’ em Paderne terá como chefes gerais Matilde Pereira, estudante do 3º ano de Ciências Farmacêuticas, e João Cavaco Rodrigues, estudante do 3º ano de Enfermagem, e o sacerdote que acompanhará o grupo continuará a ser o padre António de Freitas, da Diocese do Algarve.
“A ‘Missão País’ tem esta beleza de nos sentirmos, com Jesus, enviados a levar uma boa notícia de que todos são amados por Deus, de que todos são queridos por nós, de que todos têm lugar no coração da Igreja. Esta é a grande missão que temos em nós”, disse ontem o sacerdote aos estudantes na Missa de envio que teve lugar na capela do Seminário da diocese algarvia, em Faro, pedindo que cada um “se sinta enviado por Jesus a dar boas notícias”. “De certo modo, Deus chamou-vos, escolheu-vos, desafiou-vos a fazerem missão com ele, a serem missão com ele”, acrescentou.
“Não vamos fazer missão, nós somos missão”, esclareceu na Eucaristia que foi precedida pela adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante aquele momento de oração, o padre António de Freitas disse aos missionários que a ‘Missão País’ teve início já ontem. “Poderíamos dizer que hoje começou a missão porque quem faz a missão é cada um de nós com Jesus e é Jesus em cada um de nós. É assim que acontece a ‘Missão País. Neste primeiro encontro começamos a nossa missão, no encontro com Jesus. É aí que começa sempre cada missão. Sem Ele, não podemos, nem conseguimos fazer missão’”, advertiu, considerando que naquele “encontro com Ele, já cada um, de certo modo, se colocou a caminho” porque “já começou a pensar no que será, quem encontrará e no que irá fazer”.
O sacerdote acrescentou que a ‘Missão País’ faz-se da “verdade do amor” e da “relação com Deus” de cada participante a quem avisou que a “primeira grande missão” é a de “amar a Jesus”. “Vai haver muitos momentos de encontro com Jesus – na oração da manhã, na Eucaristia, na oração da noite -, mas esse amor a Jesus, que acontece de manhã, a meio e ao fim do dia é como se fosse uma espécie de baliza”, declarou, alertando que esse amor professado e celebrado “tem de se repercutir e expressar” com todos aqueles com quem se vão cruzar ao longo da semana. “É na vida dada e oferecida que recebemos sempre o melhor e o maior presente”, disse ainda.
Lembrando que “cada ‘Missão País’ é sempre singular, irrepetível, incomparável”, o padre António de Freitas pediu aos voluntários um “coração disponível e aberto” “para que cada um possa viver profundamente a ‘Missão País’ e ela seja uma bênção”, assumindo-se como “a melhor semana do ano”. “Esta não é mais uma ‘Missão País’. Esta é a ‘Missão País’ que nos é dada viver”, afirmou, pedindo ainda aos participantes que se sintam “irmãos uns dos outros” e que até à semana de voluntariado “cada um procure ir-se encontrando com Jesus, ir falando com Ele, pedindo coragem porque se calhar tem medos, pedindo disponibilidade porque se calhar tem reservas”.
Ao Folha do Domingo, os chefes gerais da ‘Missão País’ de estudantes da UAlg testemunharam um aumento no número de inscritos em relação aos últimos anos. Matilde Pereira e João Cavaco disseram esperar 50 participantes (sendo que muitos deles irão participar pela primeira vez), para além da equipa de oito chefes, e garantiram existirem apenas seis vagas disponíveis para rapazes.
A ‘Missão País’ é uma iniciativa universitária que começou com estudantes ligados ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, com 20 jovens, em 2003, e que se organiza e desenvolve a partir de várias faculdades de Portugal. Nela participam jovens de todos os credos e também quem não professa nenhuma religião. São semanas de apostolado e de ação social que decorrem durante três anos consecutivos no período de interrupção de aulas entre o primeiro e o segundo semestres, divididas em três dimensões complementares – externa, interna e pessoal – em que o primeiro ano consiste no “acolhimento”, o segundo na “transformação e o terceiro no “envio”.
Os estudantes da UAlg abraçaram o projeto pela primeira vez de 2020 a 2023, no concelho de Alcoutim, seguindo-se o ano passado a edição de Paderne.
‘Missão País’ da UAlg rumou a Paderne com participantes também de outras universidades (c/vídeo)
