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AS PRIMEIRAS “CASAS” e “ECLÉSIAS” GRECO-LATINAS NA LUSITÂNIA E EM...

(continuação) Finalmente, uma pequena estatueta atribuída paralelamente a “Platão” e registada num opúsculo de Mário Lyster Franco, essa escultura é apontada no pequeno estudo do também “arqueólogo” de Faro, como proveniente de Milreu. É, até há bem pouco tempo considerada numa relação pagã (“Sileno”, divindade menor ligada ao culto a Diónisos) e para com esta estação de culto gentílico (“Ninfeu”) mas, igualmente, numa ligação de índole funerária. E deverá, também, ser revista e profundamente actualizada. Em paralelismo cultual com as novas forma de enterramento de génese cristã a partir de meados do século II e, numa certeza que condiz, artisticamente, com a antiguidade da própria representação do apóstolo S. Paulo (ver imagem). O clássico “volumen” (rolo) desenrolado e em volta dos seus braços, traduz a atitude representativa muito primitiva de um dos maiores “filósofos” cristãos e, pela postura declamatória do principal apóstolo e retórico oriundo do médio oriente (Tarso). Esta estatueta seria, naturalmente, a de um dos mais influentes Apóstolos da Igreja nascente, em paralelismo escultórico e pictórico com muitos outros modelos ancestrais, e representativos dessa mesma época clássica greco-romana, surgindo ou expondo-se em geral desnudados. O episódio bíblico no “Areópago” de Atenas é bem paradigmático de S. Paulo retor, em confronto filosófico entre “estóicos e epicuristas”, e constitui o relato mais marcante registado nos “Actos dos Apóstolos” (Ac.17,18) de meados do século I. Noutra passagem da Bíblia, S. Paulo é ainda confundido com o deus “Mercúrio”, arauto dos deuses, e por parte da população pagã no oriente. Dada a vetustez desta escultura ossonobense, com traços estilísticos de herança helenística evidente, o Apóstolo ainda é representado com o “rolo” (“volumen”) de papiro ou pergaminho, em vez do tradicional “Livro”, demonstrando-se desse modo a sua antiguidade. Esta forma escultórica de Milreu, detém ainda um carácter iconológico tipicamente “pagão”, talvez dos séculos II-III, e poderá ser atribuível ao distinto filósofo apologético protocristão, e que estaria confinada a algum nicho da ”Domus-Ecclesia”. Teria, consequentemente, uma relação com a Eclésia dos “gentios” e de quem S. Paulo fora representante, como bem sabemos. Soubemos, também, através do registo no mesmo opúsculo de Mário Lyster Franco, do testemunho de outra importante escultura e no mesmo género, e ainda hoje “desaparecida” … seria a de S. Pedro?. Este “outro” apóstolo dos “Judeus” em paralelismo fundacional da Igreja nascente mas, naturalmente, outro “pescador de homens”, e que se reconheceria, no mínimo, patenteado em material de mármore branco leitoso.

AS PRIMEIRAS “CASAS” e “ECLÉSIAS” GRECO-LATINAS NA LUSITÂNIA E EM...

(continuação) Em finais do século V, e só depois de uma remodelação bizantina importante, é que o templete (“Ecclesia”) de Milreu, e original Baptistério, seria arquitecturalmente transformado, readoptando novamente o Baptismo exterior e por imersão, numa pequena piscina lateral, ainda actualmente soterrada no perímetro poente desta mais antiga Eclésia. Seguem-se-lhes vários enterramentos cristãos no interior do Templo, e na sua periferia exterior, junto com um “novo” mausoléu para 3 sepulturas localizado na frente nascente do templete. Todos estes pormenores estão desenhados nas plantas de 1877 e 1881, de Estácio da Veiga e Brito Rebelo, respectivamente.

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(continuação) Milreu (Faro) e Quinta de Marim (Olhão) no Algarve mas, igualmente, o sítio do Alentejo em S. Cucufate (nome de um mártir e cristão do século III), são lugares palatinos (“Domus”, “Villa áurea”) e também importantes Centros Religiosos (“Ecclesiae”) do Cristianismo nascente. Os seus múltiplos testemunhos arqueológicos proporcionaram essa análise e conclusão, através de muitos artefactos, lápides, monumentos funerários e esculturas mas, igualmente, com vários registos de “tesouros” numismáticos de destaque. Todas estas “Domus” detêm, igualmente, vastos conjuntos balneares terapêuticos e, complementares Baptistérios que, associados às grandes “Casas” de Mértola, Torre de Palma e Tróia, estabelecem em conjunto estruturas áulicas religiosas que juntam no seu seio as suas “Eclésias” ou Basílicas, rodeadas por vastos locais de enterramentos, e comprovadamente necrópoles originárias pagano-cristãs. Todas estas estruturas arquitectónicas ter-se-ão constituído, simultaneamente, num Centro Social que serviria de Igreja e Baptistério, residência de um Presbítero ou até de permanência do Bispo, local de Ensino (“Schola”, “Collegium”) catecumenal e catequético mas, também refeitório, dispensário de caridade, hospício, “locus” sanitário, terapêutico, balnear e purificador, colégio funerário, tribunal religioso, etc., muito para além das diversas actividades económicas agrícolas.

AS PRIMEIRAS “CASAS” e “ECLÉSIAS” GRECO-LATINAS NA LUSITÂNIA E EM...

(continuação) Os magníficos bustos escultóricos de Milreu com muitas personalidades imperiais, em conjunto, estabelecem uma relação única de coexistência “pacífica” Império-Igreja. Mas, também constituem outro testemunho impar do império romano ocidental, através do próprio local de culto religioso cemiterial e, o mais paradigmático sítio arqueológico pagano-cristão lusitano e ibérico.

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