AS PRIMEIRAS “CASAS” e “ECLÉSIAS” GRECO-LATINAS NA LUSITÂNIA E EM MILREU...
(continuação) Mais ancestral, e também da fase protocristã, registamos mais referências da relação imperial com a Igreja, desde muito cedo, e o cristianismo relaciona-se com os imperadores, a quem os “Padres da Igreja” e exímios literatos dirigem muitas das suas apologias escritas. Alguns dedicam os seus livros aos próprios imperadores e governantes, e a eles são dirigidos os seus mais importantes tratados ou discursos escritos. Direccionaram ou conviveram alguns (Justino, Tertuliano, Orígenes, Júlio Africano, Eusébio, Lactâncio), no mínimo, com governadores e com a família imperial desde o século II, e por diversas gerações de imperadores ou familiares filo-cristãos do século III, bem como nos princípios da centúria seguinte. Filipe, “o Árabe” (244-249), é bem o exemplo de personalidade dúbia, e considerado cristão por ter sido baptizado pelo próprio Papa Fabiano. A sua esposa Otacília Severa terá sido também filo-cristã. O cristianismo estendia o seu recrutamento a todas as classes sociais, desde os mais humildes até aos imperadores e, incluindo muitos militares. Nesta fase ancestral existiriam muitos cristãos, e igualmente influentes na estrutura governativa, administrativa e política abrangendo até o próprio Senado em Roma. No século I, a religião cristã, e “talvez desde Nero, e com toda certeza já na época de Domiciano, despertava simpatias e conseguia adeptos na aristocracia romana”(7). Com Severo Alexandre (222-235) achamos outro imperador politeísta mas, rendendo culto a “Cristo” no interior do seu Palácio, numa espécie de santuário panteísta junto com várias divindades e personalidades, teológicas e filosóficas. Este último imperador, tivera relações pessoais e de amizade “na sua principesca Casa de Edessa” (Mesopotâmia) com o “Padre da Igreja” alexandrino Júlio Africano, e a quem apontou a organização, em Roma, da “Biblioteca pública instalada no Panteão”(8). Certo é que sua mãe, a imperatriz Júlia Maméia, também se relacionaria com vários “Padres da Igreja”, e com destaque para Hipólito de Roma e Orígenes, dedicando o primeiro à imperatriz filo-cristã, um tratado exegético em grego sobre a “Ressurreição”(9). Severo Alexandre “quis erguer um templo a Cristo, e colocá-lo entre os deuses, mas os seus conselheiros demoveram-no, perante o temor de que difundisse o cristianismo” (J. M. Blázquez).
AS PRIMEIRAS “CASAS” e “ECLÉSIAS” GRECO-LATINAS NA LUSITÂNIA E EM MILREU...
(continuação) Mais tardio, em meados do século IV, e do período imediato paleocristão, três netos de Constâncio Cloro (Constantino II, Constante, Constâncio II) e da dinastia “constantiniana”, comungaram da mesma convicção religiosa cristã, e tornaram-se também co-imperadores admiradores de Cristo, depois do seu filho Constantino “o Grande”. No entanto, outro neto de Constâncio, Juliano, tendo restabelecido o paganismo por cerca de 3 anos (361-363) seria por esse facto intitulado, “o apóstata”, e tivera como seu tutor o próprio Eusébio cristão. Este imperador, constituiria o único caso excepcional da política governativa espiritual constantiniana, exterior ao enquadramento religioso maioritariamente cristão, e prevalecente em quase todo o século IV. Do tempo de Constante (337-350) e, cerca do ano da sua morte, ter-se-ia erigido supostamente o importante monumento sepulcral de “Centecelles”, na Hispânia, nos arredores de Tarragona (“Tarraco”) “metropolis” protocristã, e intimamente relacionado arqueologicamente com a capital africana de Cartago. No contexto arquitectural de outra extraordinária “Domus” mais antiga, que detém, ainda hoje, uma das mais belas cúpulas do mundo romano, revestida com mosaicos policromos e pinturas a fresco com muitos motivos bíblicos, neo e vetero-testamentários (“Bom Pastor”, “Daniel entre os leões”, “Arca de Noé”, “Jonas”, “Ressurreição de Lázaro”) e herança artística do tempo do cristianismo original, junto com muitos outros signos da temática mitológica e pagã (“Cenas de caça”, “Estações do ano”, “Baco”). Determinam uma significativa miscigenação entre Hebraísmo e Cristianismo através das múltiplas representações temáticas do Antigo e Novo Testamento mas, cruzadas com a imagética Mitológica e o próprio Paganismo, e ainda persistente nesta época gentílico-cristã, de transição “proto” e paleocristã. “Cristo-Baco” desnudo (ver imagem), em mosaico policromo, carregando cachos de uvas, terá tido aqui a sua mais importante representação musiva, e numa evidente simbiose pagano-cristã. Subsistem, contudo, espalhados pelo mundo romano, e em particular no nosso território (Torre de Palma, Monforte), outros magníficos exemplares intimamente ligados ao Dionisismo mas, também às “Musas” e, a outras importantes cenas Mitológicas num contexto igualmente religioso funerário. Destacamos também, e ainda relativamente ao Dionisismo, as representações em mosaico da distinta abóbada periférica da Eclésia de Stª. Constança (filha de Constantino) em Roma. Testemunham, outrossim, pela arte musivária romana cerca de 330 (ano inicial de construção), motivos pagãos e ainda insertos nos tectos do seu deambulatório, e mausoléu desta princesa neta de Constâncio Cloro e, indubitavelmente cristão. “Na idade média era designado como templo de Bacus” (G. Pascarelli), registo histórico relevante em termos iconográficos porque, no mesmo período medieval, seria totalmente “despido” do seu principal mosaico, e que forrava a sua cúpula central e também hoje “desaparecido”.
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