Foto © Samuel Mendonça

O bispo do Algarve anunciou, na sua mensagem para a Quaresma que ontem teve início, que a renúncia quaresmal deste ano voltará a reverter, tal como em 2007 e 2015, para a “continuidade da construção da igreja do vicariato da Pedra Mourinha”, em Portimão.

A construção da igreja do vicariato do Sagrado Coração de Jesus, na zona da Pedra Mourinha, foi iniciada em março de 2006. Aquela comunidade assistiu nos últimos 30 anos ao incomensurável crescimento do aglomerado populacional que a constitui, com a construção de muitos bairros nas últimas décadas. Desde há muito que a Pedra Mourinha é uma nova «cidade» dentro da cidade portimonense e a concretização do futuro espaço é um importante passo para que o vicariato passe a paróquia, aspiração que levou até os habitantes daquela área a sonhar em tempos com a criação de uma segunda freguesia portimonense.

Há cerca de 32 anos, os cristãos da Pedra Mourinha começavam a reunir-se na escola primária local que depois, com a adesão dos fiéis, se tornou pequena e foi preciso passar para o salão, cedido gratuitamente pela CHE – Cooperativa de Habitação de Vale de Lagar até passarem para o salão construído no rés-do-chão da obra do futuro complexo pastoral, onde agora realizam a celebração dominical da fé e outras atividades pastorais.

Foto © Samuel Mendonça

A obra, tão aguardada por aquela comunidade, contempla, no rés-do-chão, oito salas de catequese, um salão para 500 pessoas, uma capela mortuária, um gabinete para o pároco, para além de um T2 com cozinha, sala de estar e biblioteca.

No piso superior, com acesso através de escadaria, será edificada a nova igreja com capacidade para 600 pessoas sentadas. No exterior ficará com estacionamento para 80 viaturas.

A construção ocupa uma área total de 1630 metros quadrados num terreno de 4000 metros quadrados, vendido a valor simbólico pela Câmara de Portimão, que ofereceu ainda o projeto de arquitetura e o trabalho de máquinas para terraplanagem.

D. Manuel Quintas escreve na mensagem para esta Quaresma que a comunidade está “agradecida por toda a ajuda recebida, mas que continua a contar com a partilha e a generosidade das comunidades e dos diocesanos do Algarve”.

Foto © Samuel Mendonça

Na mensagem, o bispo do Algarve informa ainda que em 2016 a renúncia quaresmal atingiu os 14.860 euros. Recorde-se que parte da renúncia quaresmal do ano passado da Diocese do Algarve reverteu para os cristãos perseguidos do Médio Oriente, através da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) e outra parte serviu para as necessidades da diocese algarvia.

A renúncia quaresmal é uma prática habitual na Igreja Católica durante o período que serve de preparação para a Páscoa. Os fiéis são convidados a privar-se de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

A Quaresma é um período de 40 dias (excetuando os domingos), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.