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© Samuel Mendonça

Terminou ontem no Vale das Almas, em Faro, o XII Acampamento Regional (ACAREG) do Algarve do Corpo Nacional de Escutas (CNE) com um forte apelo aos cerca de 1150 escuteiros católicos para que ajudem a servir e melhorar a sociedade.

Ontem de manhã, na eucaristia da iniciativa, promovida pela Junta Regional do Algarve desde o passado dia 2 deste mês no terreno que anualmente acolhe a concentração motard do Moto Clube de Faro, o bispo do Algarve pediu aos escutas que sejam “sentinelas alerta para servir”. “Todos devemos ser sentinelas uns dos outros. É muito importante sermos corresponsáveis uns pelos outros”, afirmou D. Manuel Quintas, referindo-se ao tema do ACAREG, “Uma viagem, uma missão”, extraído do imaginário inspirado no poema de madre Teresa de Calcutá, intitulado “Vive a vida”.

O prelado, que presidiu à celebração, voltou a lembrar que a viagem é a vida e a missão é o serviço e a dedicação aos outros. “É isso que nos recorda a madre Teresa de Calcutá e é isso que continuam a recordar-nos, hoje, as Missionárias da Caridade”, afirmou.

O bispo do Algarve desejou ainda que este ACAREG “signifique uma marca muito forte no crescimento de todos os agrupamentos” da Igreja diocesana.

Também o chefe nacional do CNE, que chegou ao acampamento no sábado, pediu aos escutas no Fogo de Conselho que sejam a “gota de água que falta no grande oceano” e que “faz transbordar a humanidade” e “melhorar a sociedade”. “Vão levar para casa aquilo que aprenderam aqui, para o vosso dia-a-dia e vão fazer qualquer coisa de bom todos os dias. E vão fazer isso com amor”, pediu o chefe Norberto Correia.

Tal como D. Manuel Quintas, aquele dirigente lembrou ontem à tarde no encerramento do ACAREG o “exemplo” da “missão” das Missionárias da Caridade que “ajudam os outros a serem mais felizes, aqueles que mais precisam” e “fazem qualquer coisa de útil para a sociedade”. “É isso que vos deve motivar também na vossa vida. Se cada um de nós fizer qualquer coisinha para que aqueles que estão à nossa volta sejam mais felizes, teremos uma humanidade muito mais feliz”, sustentou.

Aos restantes chefes e aos pais, Norberto Correia, que também acampou na «cidade escutista» montada no Vale das Almas, pediu-lhes que não substituam os escuteiros nas tarefas que eles têm a realizar. “Não os substituam nas suas tarefas. Todos sabemos que a felicidade não se vende, nem se dá. A felicidade conquista-se e para que seja conquistada tem que custar. A felicidade custa, tem um preço e a nós, adultos, compete-nos ajudá-los a viverem, às vezes até a sofrerem um pouco, mas para que sejam felizes e consigam essa felicidade verdadeira”, advertiu.

O bispo do Algarve manifestou-se “verdadeiramente orgulhoso” pelos dirigentes “que estão à frente do CNE regional”, considerando o ACAREG “expressão do serviço que eles realizam com amor, dedicação e sentido altruísta” para encontrar iniciativas que ajudem os escuteiros a “crescer e a viver de maneira plena o ideal do escutismo”.

Também o chefe nacional do CNE destacou ao Folha do Domingo o facto de a Junta Regional do Algarve conseguir mobilizar, pela primeira vez, para o ACAREG mais de 50% do seu efetivo. “Isso revela bem a dinâmica que a Junta Regional tem imposto à região e que tem sido seguida de forma tão eficaz pelos adultos que se dedicam à formação destes jovens e crianças”, considerou.

Atualmente, o movimento escutista conta com mais de 25 milhões de elementos no ativo, dispersos por 216 países do mundo. O CNE foi fundado no dia 27 de Maio de 1923, por ação de D. Manuel Vieira de Matos, arcebispo de Braga, e está atualmente presente em todas as dioceses de Portugal, registando um efetivo de 73.000 associados (59.000 crianças e jovens e 14.000 adultos), sendo que no Algarve são cerca de 2.200 pertencentes a 32 agrupamentos.

Segundo a Junta Regional do CNE, os participantes neste ACAREG eram oriundos de 25 agrupamentos do Algarve, de um agrupamento de Santiago do Cacém e de um núcleo de Luanda (Angola).