“Renovo neste meu jubileu de 50 anos a alegria do chamamento”, afirmou o cónego José Pedro Martins, de 77 anos, na eucaristia que na passada segunda-feira assinalou meio século da sua ordenação sacerdotal e que disse servir para “avaliar e agradecer o dom do que significa 50 anos na história que o Senhor do tempo e da vida tem vindo a fazer” consigo.

O sacerdote, que celebrou o aniversário no passado dia 29 de junho, mas que só agora foi possível assinalar comunitariamente devido à evolução da pandemia, fez questão de manifestar publicamente a renovação da sua consagração. “Hoje, como ontem, digo «sim» ao projeto de Deus, revendo-me, não obstante os meus distanciamentos, limitações, em Cristo-sacerdote, presente e atuante, pela força do seu Espírito, na Igreja-esposa que Ele ama e pela qual se entregou e para a qual continua a suscitar chamados”, afirmou.
“Sirvo a Igreja, servindo esta particular que é a Diocese do Algarve. Aprendi a amá-la e servi-la desde a minha infância. E, sobretudo, na minha juventude através da Ação Católica, e demais meios/sinais com que o Senhor me foi acenando na minha paróquia natal”, prosseguiu na eucaristia que teve lugar na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira.


O sacerdote lembrou ter sido aos 18 anos, a partir da descoberta da certeza da vocação que queria seguir, que “se reencontrou com a desejada paz interior”. O cónego José Pedro Martins recordou ainda ter entrado no Seminário de Almada juntamente com o falecido padre Firmino Ferro e realçou que o exercício do seu ministério tem-se repartido por diversificados âmbitos eclesiais.

Para além do “sempre querido Seminário [de Faro]”, onde foi reitor, e da vigararia geral e pastoral, onde trabalhou durante vários anos com D. Manuel Madureira Dias e D. Manuel Neto Quintas, o aniversariante lembrou ter passado pelas paróquias de Quelfes, Pechão, Vila Real de Santo António e Monte Gordo e ainda pelas do concelho de Alcoutim, pela matriz de Portimão, pela Sé de Faro e, mais recentemente, pelas de Santa Bárbara de Nexe e de Estoi, onde é atualmente pároco.

Manifestou ainda “nestes serviços ter partilhado, em comunhão de Igreja, a alegria do evangelho com vários sacerdotes” e “com esclarecidos e dedicados bispos”. Nesse sentido, disse que D. Manuel Madureira Dias o “contagiou com o alcance do seu objetivo pastoral que era fazer da Igreja do Algarve uma comunidade fraterna a crescer” e lembrou ter continuado com D. Manuel Quintas “a partilhar o seu projeto pastoral como seu vigário da pastoral”.

A terminar, o sacerdote agradeceu a Deus e ao seu povo por ter sido acolhido e ajudado a “ser um pastor segundo o coração de Cristo”, bem como a “bispos, formadores, sacerdotes, religiosas, condiscípulos, seminários e seminaristas, paróquias e cooperadores leigos”, aos “queridos pais e avós”, à “família, amigos de juventude, doentes, pobres, jovens e crianças”. “Obrigado todos, de perto e de longe, os daqui e de lá, na gloriosa já eternidade”, concluiu.

O bispo do Algarve, que presidiu aos ritos iniciais, realçou o significado daquela celebração. “Queremos exprimir a nossa comunhão no louvor a Deus e na ação de graças pelo dom que o cónego José Pedro constituiu, constitui e há-de continuar a constituir para a nossa Igreja diocesana e, de maneira particular, pelo dom do sacerdócio que lhe concedeu há 50 anos”, afirmou D. Manuel Quintas.

“Sabendo que interpreto o sentir de toda a nossa Igreja diocesana, quero exprimir ao cónego José Pedro o nosso obrigado pelo modo como ele viveu o seu sacerdócio, pelo testemunho que constantemente nos dá de serviço à nossa Igreja diocesana e pelos diversos serviços que exerceu, particularmente, como vigário para a pastoral durante todo o tempo de D. Manuel Madureira, de 1989 até 2017. São praticamente 30 anos a exercer esse serviço na nossa Igreja diocesana”, prosseguiu, destacando ainda o serviço como reitor do Seminário que disse ter marcado algumas gerações dos sacerdotes algarvios.

D. Manuel Quintas lembrou ainda os restantes sacerdotes que na diocese também estão a celebrar jubileus de ordenação – o cónego José Rosa Simão (60 anos), o frei José Henriques (50 anos) e o padre Nuno Tovar de Lemos (25 anos) – e desejou que os sacerdotes da diocese continuem a crescer na fidelidade àquele “dom” e que os leigos possam “rezar sempre mais pelas vocações sacerdotais e consagradas”.

A eucaristia, na qual participaram muitos sacerdotes da diocese, contou ainda com a informação da bênção apostólica concedida pelo Papa ao aniversariante.