A ‘Missão País’ tinha promovido no início do ano letivo um questionário online para saber se havia interessados no projeto na Universidade do Algarve (UAlg) que permitissem estendê-lo àquela academia e as respostas não se fizeram esperar.

Catarina Gonçalves

A semana de voluntariado missionário a ser desenvolvida pelos estudantes da UAlg, integra a designada “zona de expansão” da ‘Missão País’, juntamente com as universidades de Aveiro, Leiria e Santarém, e terá lugar em Alcoutim de 2 a 9 de fevereiro de 2020. Terá como chefes gerais Catarina Gonçalves, estudante de Ciências Biomédicas, que participou este ano na ‘Missão País’ em Monchique levada por estudantes do Instituto Superior Técnico, e João Espanhol, estudante de Economia, que participou na missão em Aljustrel, no distrito de Beja, promovida por estudantes do Instituto Superior de Agronomia.

João Espanhol

A equipa será composta por mais seis chefes de serviço – Tomás Bravo e Maria Mira, chefes da comunidade da oração, Rita Marques e Tiago Antunes, chefes da comunidade de serviço, e Rodrigo Soares e Raquel Travia, chefes da comunidade de teatro -, alguns deles pertencentes ao grupo de algarvios que participou na edição deste ano.

O Algarve contará assim no próximo ano com pelo menos três ‘Missões País’. Para além da promovida pelos estudantes da UAlg, prosseguirão pelo segundo ano as de Monchique e Sagres, ambas realizadas pelos universitários do Instituto Superior Técnico. Falta ainda atribuir na zona sul o local de missionação à Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, que este ano terminou a sua missão em Castro Marim, e à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Segundo Catarina Gonçalves, o questionário para a missão da UAlg obteve “mais de 150” respostas positivas, mas o projeto deverá ser constituído no máximo por 50 voluntários, após as inscrições que decorrerão a nível nacional no próximo mês.

A possibilidade de alargar o projeto católico de voluntariado à UAlg tinha sido avançado pelo Folha do Domingo em fevereiro deste ano. Na altura, o capelão da UAlg, Carlos César Chantre, tinha confirmado esse desejo.

Também um dos chefes gerais da ‘Missão País’ em Monchique adiantou que a inclusão de estudantes da UAlg nas missões deste ano teve como objetivo que aquela academia pudesse acolher o projeto missionário, alargando assim o seu raio de ação até ao extremo sul do território nacional.

A ‘Missão País’ é um projeto católico criado em 2003 a partir do Movimento Apostólico de Schoenstatt (embora hoje seja independente) que organiza e desenvolve missões universitárias a partir de várias faculdades de norte a sul de Portugal, sendo que a mais sul é a Universidade de Évora. São semanas de apostolado e de voluntariado social que decorrem durante três anos consecutivos no período de interrupção de aulas entre o primeiro e o segundo semestres, divididas em três dimensões complementares – externa, interna e pessoal –, em que o primeiro ano consiste no “acolhimento”, o segundo na “transformação” e o terceiro no “envio”.

Ao longo dos seus 16 anos, a ‘Missão País’ já organizou e desenvolveu mais de centena e meia de missões, envolvendo no último ano 3.000 jovens missionários. Este ano receberam mais de 5.000 inscrições, mas só puderam aceitar 3.200, algumas delas de estudantes da UAlg. É que a organização possibilita que os universitários que não tenham a ‘Missão País’ promovida na sua universidade possam juntar-se a outras academias que a promovam.

As missões têm resultado na criação de vários núcleos católicos dentro das universidades, constituídos em grupos de oração, de partilha e também de discussão sobre temas que relacionem os seus estudos com a fé.