Foi inaugurada no passado sábado, em Quarteira, a nova ligação entre a Avenida de Ceuta e a Avenida Francisco Sá Carneiro, à qual foi atribuído o topónimo do papa Francisco.
Na cerimónia de inauguração, que contou com a celebração de bênção da nova artéria pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas considerou que a opção de dar o nome do papa argentino àquela nova via constituiu um “reconhecimento público” pelo seu modo de ser que “encontra um eco de aprovação em todos”, “mesmo daqueles que não são católicos, nem sequer crentes” e responsabiliza em relação às gerações vindouras. “Nós conhecemos o papa Francisco e sabemos a referência que ele constitui para cada um de nós e é possível que aqueles que viverem daqui a 20, 30 ou 40 anos já não tenham essa referência. Isso responsabiliza-nos na medida em que aquilo que ele constitui para nós deve ser apelo a acolhermos a sua mensagem, os seus gestos, o seu modo de ser e de estar, o modo de se relacionar com todos indistintamente que traduz aquilo que, de mais profundo, existe na mensagem do evangelho e na mensagem cristã”, afirmou.
O prelado lembrou que Francisco traz uma “Igreja diferente” da europeia que é a Igreja da América Latina, “marcada por tantas vicissitudes históricas”. “É uma Igreja que a todos nos entusiasma, aquela que o papa Francisco nos apresenta, que nos sensibiliza e que nos motiva para sermos conduzidos ao núcleo essencial do evangelho que é a pessoa de Cristo”, afirmou.
À comunicação social, o bispo diocesano considerou que “o papa Francisco consegue reunir um consenso muito grande à sua volta porque os gestos e as suas atitudes são profundamente humanos”. “Sabemos que aquilo que motiva esses gestos é a pessoa de Cristo e do evangelho. Ele faz isso não apenas por simples filantropia, que por si já poderia justificar esses gestos, mas faz isso, de maneira convicta, como opção de vida porque traduz aquilo em que ele acredita e também a razão de ser da consagração da sua vida a Cristo, ao evangelho, à Igreja, aos pobres. Aqueles que passarem aqui vão recordar da sua mensagem, da sua pessoa, gestos e atitudes e isso constituirá, certamente, um apelo a crescerem no esforço diário por terem gestos assim também”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Loulé também destacou a importância da atribuição do topónimo para os vindouros e justificou a opção. “Ao atribuirmos o nome de sua santidade, o papa Francisco, para topónimo desta avenida, estamos a dizer aos presentes e às futuras gerações que Quarteira se identifica com a sua figura, com o seu pensamento, com a sua autenticidade humana de cristão e de pastor. E todas essas qualidades estão bem à vista, não só pela profundeza de interpretar as realidades atuais, mas também pela sua visão dos problemas e do mundo e pelo contributo que dá e está a dar para o esforço que todos devemos fazer para a salvação do planeta”, afirmou Vítor Aleixo, destacando o empenhamento do pontífice na solução dos problemas ambientais com a encíclica ‘Laudato Si’. “No nosso município estamos identificados com esse sentido didático da encíclica e por isso, por via disso, quisemos reconhecer estes primeiros anos do seu pontificado com a atribuição do seu topónimo a esta nova avenida de Quarteira”, justificou.
Já o embaixador da Argentina, também presente na inauguração da avenida que expandiu Quarteira no seu sentido norte-nordeste, destacou aquele acontecimento como um “ato preparatório da visita” do papa a Fátima em maio de 2017, testemunhando a sua devoção a Nossa Senhora. “Conheci-o quando era apenas Jorge Bergoglio, bispo da minha cidade e arcebispo do meu país, e sempre, invariavelmente, este homem tinha uma parte da sua mensagem reservada para a Virgem de Fátima”, contou Jorge Argüello, considerando que Francisco “já não é argentino, mas é de todos”.
Após os discursos, a cerimónia de inauguração teve continuidade com a bênção e o descerramento da placa.
No final, os presentes tiveram ainda oportunidade de visitar uma exposição alusiva ao projeto ClimAdaPT.Local, que para além de Loulé reúne mais 25 municípios portugueses e tem como objetivo a definição de uma estratégia municipal de adaptação às alterações climáticas.