
O bispo do Algarve disse que o Ano da Fé, que ontem foi encerrado pela Igreja, tem de prosseguir nas “propostas, apelos e objetivos”.
“É um Ano da Fé que termina enquanto iniciativa limitada no tempo, mas que, simultaneamente, tem de prosseguir nas propostas que nos fez, nos apelos que nos lançou, no caminho que nos apontou e nos objetivos que nos traçou. Tudo em ordem a uma renovada e autêntica conversão, a uma adesão mais plena à pessoa de Cristo e ao anúncio e testemunho do evangelho do reino”, afirmou D. Manuel Quintas na eucaristia de encerramento no Algarve daquela proclamada pelo Papa Bento XVI, de outubro de 2012 a novembro de 2013, motivada pela celebração dos 50 anos do início do Concílio Vaticano II.
O prelado sublinhou que aquele “caminho pessoal e comunitário” realizado pelos cristãos algarvios desde o dia 14 de outubro de 2012 foi também um “tempo de renovação” concedido por Deus. O bispo diocesano referiu-se ao Ano da Fé como “uma ocasião propícia para que toda a Igreja pudesse revisitar e assimilar os textos deixados em herança pelos padres conciliares [bispos participantes do concílio], apercebendo-se da sua atualidade e riqueza e uma oportunidade para redescobrir a alegria de ser cristão e o entusiasmo de comunicar a força e a beleza da fé, atitude essencial da nova evangelização a que toda a Igreja e cada um dos seus membros são convidados”.
D. Manuel Quintas congratulou-se com tudo o que foi “dado celebrar, viver e realizar ao longo deste ano”. “Vivemos um verdadeiro tempo de graça que nos ajudou a sentir a grande alegria de crer, a reavivar a perceção da amplitude de horizontes que a fé descortina e alarga para a confessar na sua unidade e integridade”, frisou.
O bispo do Algarve apelou ao “empenho eclesial mais convicto na evangelização para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”, lembrando que “a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria”. “A renovação das nossas comunidades e de toda a Igreja torna-se mais eficaz e credível quando acompanhada pelo testemunho dos cristãos empenhados em fazer brilhar com a sua própria vida no mundo a palavra da verdade que o Senhor Jesus nos deixou, tornando-se membros e construtores do reino que Ele veio anunciar”, sustentou.
D. Manuel Quintas lembrou ainda que “ser membros e construtores deste reino exige seguir Cristo servo, (…) assumir que a verdadeira fé atua pelo amor, (…) testemunhar os valores do reino, (…) a transparência de coração, a honestidade nas relações pessoais, a liberdade face ao poder e aos bens, a solidariedade com os mais pobres, a fortaleça de espírito nas situações adversas”. “ Seguir Jesus implica unir mística e compromisso, contemplação e ação, fé e caridade”, complementou, aludindo à “edificação de uma Igreja, permanentemente, em estado de oração, formação, renovação e missão”, “sempre mais atenta aos sinais dos tempos, sempre mais aberta a todos, sempre mais disponível para ir ao encontro das periferias humanas do nosso tempo”, como pede o Papa Francisco.
A eucaristia ficou ainda marcada pelo gesto de acendimento, através da chama do círio pascal, de uma vela entregue a cada um dos representantes das quatro vigararias algarvias. Com os luzeiros nas mãos, em representação de toda a comunidade diocesana, professaram a adesão a Deus que foi renovada ao longo do Ano da Fé que agora terminou.
No final da celebração foi também entregue à paróquia de São Brás de Alportel a luz da campanha de Natal da Caritas e também o bispo do Algarve protagonizou outro dos momentos significativos ao agradecer a Deus, diante da relíquia de São Vicente, patrono da Diocese do Algarve, pelo “dom da fé” concedida, tendo reafirmado o compromisso do testemunho dos cristãos algarvios.
Homilia de D. Manuel Quintas