
A paróquia de Silves inaugurou uma exposição de arte sacra no passado dia 2 de fevereiro com as peças que foram alvo da intervenção feita no final de 2012, ao abrigo do protocolo estabelecido com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) por iniciativa de uma aluna silvense daquela instituição.


O restauro, realizado no Laboratório de Pintura e Escultura do IPT pela mestranda de Silves entre outras técnicas, visou recuperar cinco peças em madeira policromada das mais significativas do espólio daquela catedral algarvia que estavam na casa paroquial. As imagens de São Sebastião, de São Vicente, diácono e padroeiro da Diocese do Algarve, de São Francisco de Assis, de Nossa Senhora do Ó e de Deus-Pai, embora bastante danificadas, são de um enorme valor patrimonial. A de São Sebastião, a mais antiga da Sé de Silves, data do século XIV.
“A imagem de Deus-Pai encimava o altar do Santíssimo Sacramento, cuja madeira foi toda retirada na década de 40 [do século passado] e vendida. Sabemos que parte da capela do Santíssimo está na igreja da Misericórdia de Beja”, lamentou o pároco de Silves ao Folha do Domingo, explicando que, do retábulo, restou apenas aquela imagem.

O padre Carlos de Aquino, que destaca ainda a imagem de Nossa Senhora do Ó como “uma das mais antigas”, explica o sentido da exposição. “Por causa do lema da diocese para este ano pastoral – «Chamados à Santidade» –, pareceu-nos bem, na redescoberta também da santidade, intitular esta exposição «Na Candeia dos Santos»”, afirmou o sacerdote, explicando que a intenção foi dar a conhecer o património de acordo com uma “leitura mais espiritual”.
A mostra ficará patente na catedral de Silves até ao início do verão.
com Sandra Moreira

