A paróquia de Albufeira realiza amanhã, pelas 10h, a bênção da primeira pedra da futura igreja de Olhos d’Água, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas.
Aquela comunidade paroquial é uma das que no Algarve tem maior densidade populacional. Com início na zona da Guia estende-se por uma faixa litoral até à marina de Quarteira com uma extensão de mais de 20 quilómetros que nos meses de verão chega a acolher cerca de 500 mil pessoas, um número 10 vezes maior relativamente aos 50 mil habitantes que residem na área da paróquia durante os restantes meses do ano.
Olhos d’Água e Montechoro são atualmente as maiores comunidades da paróquia de Albufeira que se reúnem ao domingo em espaços próprios para celebrar a fé e que já pouco têm a ver com a comunidade-mãe com sede na igreja matriz. “Sobretudo Olhos d’Água já não tem nada a ver com Albufeira”, reconhecia em 2010, ao Folha do Domingo, o cónego José Rosa Simão, pároco local.
Procurando responder às necessidades da comunidade dos Olhos d’Água, que ao longo dos anos cresceu exponencialmente, a paróquia tem, tal como aconteceu em Montechoro, um projeto, aprovado pela Câmara Municipal, cuja primeira pedra será amanhã lançada e que inclui igreja e um centro pastoral com salão paroquial, salas de catequese, refeitório, cartório paroquial, residência do pároco e casa mortuária.
A construção prevista para um terreno com quase 5000 m2, cedido pela Câmara Municipal em 2009, contempla também o acolhimento ao escutismo e a atividades de apoio social complementares como banco alimentar.
Até agora a comunidade de Olhos d’Água reúne-se ao domingo para celebrar a eucaristia no rés-do-chão de um edifício doado há anos para o efeito por um particular. O espaço comporta cerca de 300 pessoas e nos meses de verão chega a ter lotação esgotada.
Com a construção da futura infra-estrutura ficará dado um passo importante para a criação de uma nova paróquia desanexada de Albufeira à semelhança do que aconteceu com Ferreiras. No entanto, já em 2010 o pároco alertava para cautelas a ter nesta matéria, reconhecendo que “se houvesse sacerdotes suficientes” o bispo do Algarve “já tinha criado as paróquias de Montechoro e Olhos d’Água”. “A criação das paróquias é uma estrutura eclesial importante mas o mais importante são as pessoas que precisam de ser catequizadas e da presença do sacerdote”, alertava, advertindo que um padre para toda aquela área, o ano inteiro, “é muito difícil”.
O cónego Rosa Simão defende então a criação de “equipas sacerdotais”, com a colaboração de leigos “que se total ou parcialmente à causa para um trabalho de conjunto”, como solução de futuro.