Fonte do SEF disse à Lusa que outros seis detidos tiveram como medida de coação “apresentações diárias às autoridades policiais e pagamento de uma caução de mil euros cada”, ficando um deles “impedido de sair do território nacional”.

Um outro elemento do alegado grupo “teve de prestar” termo de identidade e residência, por determinação do juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Albufeira, onde foram ouvidos ao longo de dois dias.

Os doze homens foram detidos na segunda-feira, no decurso da operação “Roadbook”, que decorreu em várias localidades dos distritos de Faro e Aveiro e envolveu 70 operacionais do SEF e mais de 30 militares da GNR.

Segundo o SEF, a rede que se dedicava ao tráfico de mulheres era constituída por homens e mulheres originários do mesmo Estado-membro da União Europeia – não especificado pelo SEF -, tendo sido detidos doze homens e constituídos mais três arguidos.

Os detidos são suspeitos dos crimes de tráfico de pessoas com vista à exploração sexual, lenocínio, furto qualificado, roubo, falsificação de documentos e extorsão.

A alegada rede utilizava dezenas de jovens mulheres, algumas menores, que explorava através de “coação física e psicológica violenta”, incluindo a “administração forçada” de estupefacientes.

As vítimas eram utilizadas em vários Estados-membros, sendo vendidas entre os chefes de diferentes redes de tráfico a operar na União Europeia.

Além de Portugal, esta e outras redes atuavam igualmente em Espanha, Itália, Reino Unido e Alemanha, países cujas autoridades estão a cooperar com o SEF ao abrigo de uma operação que abrange ainda a intervenção da Europol.

Durante a operação foram identificadas em situação de exploração cerca de 30 mulheres, presumíveis vítimas do crime de tráfico de pessoas.

As autoridades efetuaram oito buscas domiciliárias e onze em viaturas, algumas das quais foram apreendidas, tendo ainda apreendido uma arma de fogo, dinheiro e equipamentos de telecomunicações.

O caso foi entregue ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, que prossegue as investigações.

Folha do Domingo/Lusa