Há vários anos que os catequistas da Diocese do Algarve pertencentes à região pastoral do Barlavento, constituída pelas paróquias daquela zona ocidental que abrange os concelhos de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão e Vila do Bispo, promovem um encontro de convívio em ambiente descontraído e em contacto com a natureza.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O deste ano, participado por cerca de 20 catequistas e alguns familiares das paróquias de Bensafrim, Lagoa, Lagos, Monchique e matriz e Nossa Senhora do Amparo de Portimão, decorreu no passado sábado, 06 de julho, e o destino escolhido foi a freguesia do Alferce, no concelho de Monchique.

O dia teve início na igreja matriz com oração da manhã, orientada pelo assistente da equipa da catequese da infância e adolescência daquela região pastoral. O diácono Manuel Chula aproveitou o momento para lembrar que a missão dos catequistas é levar outros ao encontro de Jesus. “Este dia é de encontro, de convívio uns com os outros, mas ao mesmo tempo de nos encontramos com Jesus. Ele também vai caminhar e também está connosco”, afirmou, desejando ainda que aquele fosse um dia “de alegria”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A manhã prosseguiu na Casa do Povo local com a degustação da tradicional tiborna algarvia, constituída pelo pão estaladiço e quente, acabado de sair do forno de lenha, demolhado em azeite e alho, que garantiu a energia necessária para a caminhada feita a seguir. O percurso pedonal, que ligou a aldeia de Alferce ao Cerro do Castelo de Alferce, incluiu a passagem pelo Passadiço do Barranco do Demo, inaugurado em outubro de 2023, com cerca de um quilómetro e ponte suspensa a 20 metros do chão sobre o desfiladeiro.

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Depois da caminhada pela serra de paisagem deslumbrante onde puderam apreciar a fauna e a flora local, a Casa do Povo, no regresso ao Alferce, voltou a acolher os catequistas para o almoço partilhado com as iguarias trazidas por todos, onde não faltaram os tradicionais digestivos de medronho – aguardente e melosa – de produção local caseira.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Depois da refeição, os catequistas visitaram algumas dos principais lugares da aldeia e rumaram à Fonte Santa da Malhada Quente. Depois de descerem ao vale onde se encontram as nascentes, recuperadas durante o período da pandemia do abandono a que estiveram votadas durante vários anos, puderam, por cortesia do proprietário, visitar as instalações termais interiores compostas por balneários, tanque de banhos, proteção às nascentes, instalações técnicas e de apoio e sala das águas alcalinas que brotam à superfície a cerca de 28 graus, conhecidas na zona, pelo menos desde o século XIX, por serem benéficas para o tratamento de reumatismos, doenças de pele e problemas do aparelho digestivo.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Carlos Martins Mendes, arquiteto oriundo de Coimbra, que adquiriu os terrenos em 2016, em 2018 se deparou com a destruição causada pelo último incêndio florestal e em 2022 conseguiu devolver aquelas termas à comunidade, garantiu que o espaço terá sempre “portas abertas” a todos. E durante a tarde, foram vários os que, aproveitando dessa amabilidade, acorreram àquelas nascentes para encher recipientes.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O empreendedor, que acolheu os catequistas com uma degustação de produtos típicos locais e música ambiente enriquecida pelo coaxar das rãs, destacou aquele como um “espaço que contribui para perpetuar a identidade e as memórias” ao longo dos tempos. “Isto é um espaço que está sempre aberto às vossas iniciativas, quer no âmbito do contexto que nos traz aqui hoje, quer do ponto de vista pessoal”, assegurou, acrescentando também a disponibilidade de aquele local receber também programas e eventos culturais.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A esposa de Carlos Mendes considerou ainda aquele um “local de culto”. A esse propósito apresentou um objeto doado por uma pessoa que o quis oferecer para permanecer na “fonte santa”. A janela com uma imagem de Nossa Senhora terá sido, segundo a própria, “a única coisa” a ficar intacta no último incêndio. “Isto quer dizer alguma coisa”, considerou.

Os catequistas realizaram ali o segundo momento orante do dia. Citando as primeiras palavras da Bíblia que narram que “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”, o diácono Manuel Chula lembrou que “a água é sempre fonte de vida”. “Esta água que nos sacia é o próprio Jesus, como escutávamos hoje de manhã no episódio com a samaritana”, evidenciou.

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No final da oração, agradeceu a amabilidade do acolhimento e receção naquele espaço e ofereceu, em nome do grupo, uma lembrança ao proprietário.

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Ao Folha do Domingo, o diácono explicou a importância de, anualmente, aqueles educadores se reunirem num dia para “conviver e descansar”. “Todos os anos escolhemos sempre um dia para fazer um convívio com os catequistas de uma maneira mais descontraída para que nos possamos encontrar, conviver, conversar. Estes laços vão cimentando a amizade e o conhecimento e isso também facilita o intercâmbio nas várias atividades que vamos desenvolvendo ao longo do ano a nível da região pastoral”, afirmou, explicando que promovem iniciativas como “encontros de oração, encontros de reflexão ou retiros para as crianças”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“O facto de nos irmos conhecendo e criando estes laços de amizade também, de alguma maneira, facilita o encontro e a comunhão para a persecução dos objetivos desta nossa missão”, acrescentou.