A Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), que este ano letivo passou a englobar três faculdades, funciona com base num sistema de módulos, ao contrário de outras, da mesma universidade, que mantêm a organização em semestres.
Os alunos queixam-se de estar a ser "cobaias" de um sistema que afirmam impossibilitar que se faça uma avaliação contínua e estar a prejudicar a aprendizagem por ser demasiado intenso (os módulos têm a duração de oito semanas).
A universidade reconhece, por seu turno, que o sistema, implementado no ano letivo de 2006/2007, não tem funcionado como seria desejável e já anunciou a reposição da organização das disciplinas em semestres para 2011/2012.
Numa Reunião Geral de Alunos realizada na terça-feira para debater o tema ouviram-se também queixas sobre a calendarização dos exames, que resulta em provas sobrepostas, e à tardia afixação dos horários escolares, por vezes com erros.
"Por módulos não conseguimos consolidar a matéria, damos em dois meses o que é normal dar em seis", desabafou à Lusa uma aluna da FCT, que defendeu a realização de uma frequência intercalar, em vez de apenas dois exames.
Outro aluno lamentou também o facto de haver menos horas práticas de acordo com o regime por módulos e de os professores lançarem as datas dos exames muito em cima da hora, provocando sobreposição de datas.
Os alunos têm no final de cada módulo a época normal de exames e têm depois a possibilidade de fazer um exame na época de recurso, mas a maioria não tem frequências nem direito a época especial de exames.
Em declarações à Lusa, o diretor da FCT, Rui Cabral e Silva, admitiu que o sistema de funcionamento por módulos não está a ter o resultado que seria esperado, pelo que a universidade vai repor os semestres em 2011/2012.
"Este modelo não vingou sobretudo pela mobilidade dos estudantes, confundindo a entrada e saída de alunos de outras instituições", disse, sublinhando haver disciplinas em que a intensificação do ensino "funcionou bem e outras em que não".
O sistema de módulos foi implementado no ano letivo 2006/2007 com blocos de cinco semanas, tendo este ano letivo a duração dos módulos sido alargada para oito semanas, por se ter verificado que o tempo era muito curto.
Contudo, apesar de a organização das disciplinas ser diferente, Rui Cabral e Silva rejeita que os alunos da FCT estejam a ser cobaias e diz que o sistema de avaliação é igual em todas as faculdades da universidade.
"A avaliação é feita como no resto da universidade e não há nada nos regulamentos que proíba a realização de frequências", diz o diretor da FCT.
Rui Cabral e Silva rejeita ainda as queixas dos alunos de que não existe avaliação contínua e atribui aos professores a responsabilidade de realizar ou não frequências ou mini testes.
Lusa