"Têm de se tomar medidas urgentes para evitar que as 80 lojas se percam, porque as lojas valem muitos milhões de euros", declarou à Lusa Manuel Guerreiro, presidente do CESP, à margem de uma reunião que teve hoje com a Governadora Civil de Faro para lhe solicitar uma intervenção junto da tutela, o Ministério da Economia.
Segundo o sindicalista, os contratos de arrendamento de 80 lojas do grupo Alicoop estão a expirar e há o perigo de a Alicoop perder, a prazo, todo o "parque de lojas", pois os bancos bloquearam os dinheiros da empresa, explicou.
"O que viemos aqui pedir foi, expressamente, para que fosse feita uma diligência direta à tutela da Governadora Civil para os bancos desbloquearem as verbas, até porque os bancos se tornam responsáveis ao reter o dinheiro pelo que vier a acontecer", fundamentou o sindicalista.
O presidente do CESP pediu também à Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, para continuar a desenvolver esforços no sentido de acionar um "plano, que sabemos que existe, para viabilizar os postos de trabalho e que salvaguarde os interesses da região".
"Nós sabemos que existem projetos vários. Certamente há entidades interessadas. Há neste momento projetos nos administradores de insolvências", referiu Manuel Guerreiro, referindo que, além da Caixa Geral de Depósitos, há "outras empresas de comércio e outros bancos que podem viabilizar a empresa.
Sobre o pedido em concreto que foi hoje dirigido à Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes garantiu à Lusa que o vai "reencaminhar a quem de direito [Ministério da Economia] no sentido de que se encontre a solução para ele".
Isilda Gomes recordou que já reuniu com o presidente da Caixa Geral de Depósitos e que a resposta à disponibilidade para a viabilização da empresa era negativa, mas frisou que o Governo está a "acompanhar toda esta situação com muita preocupação e atenção".
Questionada pela Lusa sobre se conhece alternativas à viabilidade da Alicoop, Isilda Gomes disse apenas que se não existir a viabilização da empresa que "haja outra alternativa à viabilidade da Alicoop" para garantir o melhor desfecho possível deste problema que é a "manutenção dos postos de trabalho".
A Alicoop – que detém as empresas Alisuper, Macral e Geneco – conta com 81 supermercados Alisuper, 70 no Algarve e 11 em Lisboa, 500 trabalhadores e está em insolvência desde agosto de 2009, devido a dívidas acumuladas de cerca de 80 milhões de euros.
O plano de viabilização, que prevê a reconversão da cadeia Alisuper numa insígnia internacional, tem o aval do maior credor, o Millennium BCP, mas não da Caixa Geral de Depósitos, que alega já ter "levado o seu nível de apoio até ao limite".
Lusa