Nuvens de cinzas de um vulcão em erupção na Islândia obrigaram hoje ao encerramento de espaço aéreo e aeroportos no Reino Unido, Irlanda e Escandinávia.
"A situação vai evoluir por fatores que não são controlados humanamente, isto é um fenómeno inédito na aviação dos tempos modernos", declarou à agência Lusa o diretor do Aeroporto Internacional de Faro, António Correia Mendes, aconselhando os milhares de passageiros a contactarem as companhias.
"Têm de contactar as companhias, porque elas é que vão saber claramente quais são as suas perspetivas e o que vão fazer quando a situação desbloquear nos sítios onde está afetada", declarou Correia Mendes.
Correia Mendes assegura que o que se vive hoje no Aeroporto de Faro não é um "caos", mas assume que se vive um "problema inédito" porque o nevoeiro registado no espaço aéreo foi provocado por um vulcão, que não entrava em erupção desde 1820.
"Situações de nevoeiro intenso que levam a situações de cancelamentos de voos ocorrem bastante, nomeadamente este inverno no Reino Unido por causa de neve. São situações invulgares, mas ocorrem e não é um caos", reitera aquele responsável, referindo que as companhias têm preparados "planos para lidar com estas situações".
Ao final da manhã e início da tarde, as zonas das partidas e chegadas do Aeroporto de Faro eram numa imensa sala de espera onde centenas de passageiros, que viram os seus voos cancelados.
Famílias inteiras estão sentadas no chão do aeroporto, comendo ou jogando cartas, ou apenas à espera de ler no monitor que o voo deixou de estar cancelado.
Há passageiros a dormir em cima das malas de viagem ou transformando jornais em almofadas, outros optam por alimentar as crianças e passar o tempo a a jogar cartas, a fazer palavras cruzadas, ou simplesmente a enviar mensagens pelo telemóvel.
Também no jardim exterior do Aeroporto Internacional de Faro centenas de passageiros apanhavam banhos de sol na relva ou em bancos improvisados, enquanto aguardam por informações sobre os seus voos, cancelados pela interrupção do tráfego aéreo no espaço europeu.
"Check in fechado, sem previsão de abertura", ou simplesmente "voo cancelado", é o que se pode ler na maioria dos monitores do Aeroporto Internacional de Faro, sendo a maioria das viagens com destino ao Reino Unido e norte das Europa.
Um vulcão localizado no sul da Islândia, no glaciar Eyjafjllajokull, registou na quarta feira a segunda erupção em menos de um mês, obrigando à retirada de cerca de 800 pessoas e ao encerramento, hoje, do espaço aéreo em vários países europeus, o que obrigou ao cancelamento de inúmeros voos na região.
Lusa