Esta foi, aliás, uma das mensagens centrais da visita a uma das nações mais católicas da UE.

O Papa pediu que os fiéis conservem a sua “herança religiosa e cultural”, não deixando que a mesma “seja comprometido pelo indeferentismo ou o relativismo”.

Tendo presente a posição geográfica de Malta, Bento XVI deixou alertas para este país que se alargam a todo o Velho Continente, recordando os muitos migrantes que chegam à sua costa “para fugir de situações de violência e perseguição” ou em “busca de melhores condições de vida”.

Numa visita que durou pouco mais de 24 horas, o Papa falou por diversas vezes da promoção dos valores cristãos, em especial nos países da União Europeia.

Por várias vezes foi recordado que a justificação para esta visita eram os 1950 anos do naufrágio que levou São Paulo à costa de Malta. Bento XVI disse acreditar que o episódio, relatado no livro bíblico dos Actos dos Apóstolos, não resultou de um incidente imprevisto mas da “providência divina”.

Ao longo dos vários pontos da visita, Bento XVI foi constantemente acompanhado por uma multidão em festa, superando as expectativas da organização local.

Tanto na Missa celebrada em Floriana como no encontro com os jovens, em La Valetta, o Papa pediu que os católicos coloquem Deus como sua prioridade, mesmo perante as “tentações” da tecnologia ou de correntes de pensamento contrárias à fé cristã.

Cerca de 100 mil pessoas saudaram o pontífice nas ruas, nas suas deslocações com o papa-móvel – algo que superou inclusive as expectativas das autoridades locais.

Noutro momento não programado, à saída do palácio presidencial, o Papa saudou seis crianças doentes terminais, abençoando-as pessoalmente.

Esta foi a décima quarta viagem de Bento XVI ao estrangeiro, seguindo-se a visita a Portugal, de 11 a 14 de Maio.

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