SecuritasA Securitas atribuiu ontem a decisão de colocar em “lay-off” 120 colaboradores da filial do Algarve ao incumprimento de pagamentos dos clientes e à concorrência desleal de empresas que praticam preços abaixo do custo do mercado.

“O facto de um dos principais clientes da Securitas na região ter decidido adjudicar a execução dos serviços de vigilância a um prestador que não cumpre com os custos legais do serviço, contrariando a recomendação da Autoridade para as Condições de Trabalho, foi um fator determinante para esta situação”, resumiu a empresa, em comunicado enviado à Lusa.

Dezenas de trabalhadores da empresa concentraram-se ontem junto das instalações, em Portimão, em protesto contra a redução dos salários imposta pelo “lay-off”, comunicado aos funcionários em outubro, uma situação que, disse à Lusa um dirigente sindical, é “drástica”, pois impõe uma redução de dois terços dos ordenados.

De acordo com fonte da empresa, o processo iniciou-se a 23 de setembro de 2013 e prevê que durante um período de seis meses aqueles trabalhadores sofram uma redução do horário de trabalho de 12 horas semanais.

A mesma fonte disse ainda respeitar o protesto do Sindicato dos Trabalhadores de Actividades Diversas (STAD), mas lamentar que aquela entidade “ignore a necessidade de monitorizar” as práticas de concorrência desleal que provocam “distorções negativas” no setor da vigilância privada.

“A administração da Securitas está empenhada na manutenção dos postos de trabalho de todos os colaboradores da região e convicta de que os sinais económicos positivos que começam a surgir nos últimos meses, acompanhados da necessidade das autoridades de regulação exercerem a fiscalização necessária, tenham um efeito positivo na atividade”, conclui.

O protesto dos trabalhadores da Securitas em Portimão decorreu no âmbito do “Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta”, convocado pela central sindical CGTP-IN no dia em que foi votado o Orçamento do Estado na Assembleia da República.