"A ministra da Saúde confirmou que irá à sessão de abertura e a seguir teremos um ponto alto com a conferência de Mário Soares sobre os Médicos da República", afirmou o presidente do Congresso e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, António Martins Batista.

O responsável máximo pela organização do congresso, que "contará com a participação de cerca de 1200 profissionais" da área da Medicina Interna, precisou que a conferência do ex-chefe de Estado se debruçará sobre "os médicos que ao longo dos últimos 100 anos tiveram intervenção política".

"Mário Soares, quer através das memórias do pai, quer da sua própria vivência de grande parte do século XX e deste início do século XXI, teve contactos com eles todos e, portanto, será a pessoa indicada para nos falar sobre os médicos que estiveram ligados a todo este fenómeno político" durante o primeiro centenário da República, que se assinala em 2010, disse o médico.

Martins Batista explicou que o 16.º Congresso anual de Medicina Interna terá como tema principal "o futuro da Medicina em Portugal e o papel da Medicina Interna nas reformas que estão em curso no sistema de Saúde".

"O tema que nós decidimos para este congresso foi o futuro da Medicina em Portugal, onde a Medicina Interna quer ser parte importante nas decisões que têm que ser tomadas nas reformas em curso", afirmou.

O presidente do Congresso destacou ainda a realização de "uma mesa redonda muito importante na quinta feira de manhã sobre o futuro da relação entre os médicos e a indústria farmacêutica, que tem, ao longo dos anos, patrocinado a formação médica de forma intensa e empenhada".

"Claramente, hoje em dia e no mundo inteiro, é uma relação que está sob suspeita e é importante que reflitamos todos sobre o assunto, qual o futuro da relação entre os médicos e a indústria e qual é o futuro da formação médica, ou seja, quem é que vai financiar a formação médica daqui para a frente, se continuará a ser a indústria e, se não, quem será", explicou.

Martins Batista adiantou que nesta mesa redonda estarão presentes o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, João Lopes, o bastonário dos médicos, Pedro Nunes, e o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, que "vai falar sobre o que o poder político pensa disso".

Há uma outra mesa redonda sobre o consentimento informado por parte dos doentes, com o professor e neurocirurgião João Lobo Antunes, do Hospital de Santa Maria e da Faculdade de Medicina de Lisboa, e Maria de Belém Roseira, vice-presidente da Assembleia da República.

Martins Batista destacou ainda a conferência de encerramento, na qual participará uma médica norte-americana, que vai falar de como os médicos estão a ver a reforma do sistema de Saúde nos Estados Unidos.

Lusa