O projeto, da autoria do arquiteto paisagista João Ferreira Nunes, foi selecionado entre 427 concorrentes de todo o mundo e define os acessos na encosta norte do monumento algarvio, num sistema de rampas em madeira entre espaços verdes, com vista privilegiada sobre o campo e a cidade de Silves.

A intervenção estabelece a separação entre uma área pública de acesso, estadia e receção, e uma área vedada de uso condicionado.

A primeira tem dois percursos pedonais e um percurso misto (pedonal/automóvel) condicionado, desde os arruamentos envolventes, criando aproximações visualmente controladas, até ao topo, de onde se observa parte do barrocal algarvio e toda a cidade de Silves.

Os materiais usados nas pavimentações, em cubo miúdo e grande de pedra da região, contribuem para o reforço do caráter urbano.

Os nove projetos finalistas estarão expostos durante a bienal “Liquid Landscapes”, que decorrerá entre 30 de setembro e 2 de outubro, em La Pedrera, em Barcelona (Espanha).

Além do arquiteto português, concorrem ao “Prémio Europeu Paisagem Rosa Barba”, projetos da Noruega, Espanha, Holanda, Dinamarca e Israel.

Considerado uma das mais importantes distinções na arquitetura paisagista, o Prémio Europeu Paisagem Rosa Barba premeia as intervenções na Europa, nos últimos cinco anos.

O prémio foi instituído em 1999, em Barcelona, em honra de Rosa Barba, o primeiro professor de arquitetura paisagista na Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona (ETSAB) e instigador do mestrado em arquitetura paisagista.

Os nove projetos finalistas farão também parte de uma exposição no Instituto de Arquitetos da Catalunha (COAC), a partir de 30 de setembro.

O projeto do arquiteto João Ferreira Nunes inseriu-se nas obras de requalificação do Castelo de Silves, iniciadas em 2003 e executadas pela Sociedade POLIS.

A fortificação ocupa uma área de cerca de 12 mil metros quadrados e é um típico exemplar da arquitetura militar islâmica, erguido com o uso de taipa, revestida com grés (arenito), material abundante na região que lhe confere uma tonalidade avermelhada.

Classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de junho de 1910, o Castelo de Silves recebeu intervenções de consolidação e restauro nas décadas de 1930 e 1940, da responsabilidade da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), com a desobstrução de troços de muralhas e a reconstrução de algumas torres que ameaçavam ruir.

Este castelo é considerado um dos monumentos mais bem conservados do país.

Lusa