A candidatura de Sagres a Património Mundial da UNESCO só pode ser entregue após Portugal deixar de integrar o Comité do Património Mundial, em 2017, mas o Turismo do Algarve sublinha a importância de as entidades envolvidas continuarem a trabalhar.
Portugal foi eleito em novembro de 2013, em Paris (França), para integrar o Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o mandato durará até 2017.
A primeira candidatura de Sagres (concelho de Vila do Bispo) para integrar a Lista Indicativa do Património Mundial da UNESCO aconteceu há quase 12 anos, em novembro de 2002, mas o dossiê de fundamentação da pretensão nunca chegou a bom porto e neste momento “não pode haver candidaturas portuguesas, porque Portugal faz parte do quadro de decisão”, explicou à Lusa o presidente do Turismo do Algarve, Desidério Silva.
Ainda assim, o responsável considerou urgente que todas as entidades envolvidas – designadamente a Junta de Freguesia de Sagres, a Câmara de Vila do Bispo, a Direção Regional da Cultura do Algarve, o Parque Natural da Costa Vicentina e associações – continuem a trabalhar para a candidatura estar pronta no momento legal.
“A liderança e a vontade da Câmara Municipal de Vila do Bispo é fundamental, porque envolve muitos parceiros e este processo só pode ter alguma sequência prática se houver aqui um envolvimento de todas as entidades, particularmente daquela zona”, defendeu, adiantando que o Turismo do Algarve “é parceiro”, mas só pode estar “de corpo e alma se o próprio município também estiver”.
A candidatura de Sagres vai centrar-se na Fortaleza de Sagres e todo o território envolvente e assentará também no facto de a vila possuir uma das maiores concentrações de menires de toda a Europa e de ter sido a vila do Infante D. Henrique, com um importante papel no período dos Descobrimentos.
No memorando sobre a candidatura de Sagres a Património Mundial são invocados como “critérios de valor universal excecional para a inscrição de Sagres”, por exemplo, o facto de a zona estar associada a acontecimentos ou a tradições vivas, ideias, crenças, ou obras artísticas e literárias com um significado universal excecional, e representar fenómenos naturais ou áreas de uma “beleza natural e de uma importância estética excecional”.
Portugal tem atualmente 15 bens inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO, entre os quais o Mosteiro de Alcobaça, o Centro Histórico de Évora, a Paisagem Cultural de Sintra, a Arte Rupestre do Vale do Côa, a Região Vinhateira do Alto Douro ou a Paisagem Cultural da Vinha da Ilha do Pico.
Portugal foi eleito para o Comité do Património Mundial da UNESCO com 111 votos, tendo ficado como membro efetivo na 19.ª Assembleia dos Estados parte na Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural.