A Associação Recreativa e Cultural de Músicos de Faro, com uma ação de despejo marcada para 31 de março, dá o último concerto na atual sede no dia 15, com as bandas Primitive Reason e Original Electro Groove.
Há cerca de quatro anos, a Associação Recreativa e Cultural de Músicos (ARCM) foi alvo de uma ação de despejo das instalações onde funciona há dez anos e onde dezenas de bandas ensaiavam nas 18 salas existentes.
A associação tem de sair até final do mês de março do espaço junto à estação ferroviária da cidade, mas antes de fechar o ciclo vai realizar o último evento musical na atual sede para assinalar o décimo aniversário naquele espaço e o 24.º da instituição.
As duas bandas que há dez anos subiram ao palco da ARCM – Primitive Reason e Original Electro Groove – para inaugurar a sede daquela associação atuam no dia 15 de março, pelas 21:30, disse à agência Lusa Armindo Silva, da organização.
Os ingressos custam cinco euros para sócios e sete euros para os não sócios que adquiram o bilhete antecipadamente e dez euros no próprio dia.
“Há dez anos o preço já foi este”, recordou Armindo Silva, explicando que a verba recolhida serve para pagar às duas bandas, alimentação e dormidas, porque se não fosse preciso pagar aos músicos a opção passava por abrir o espaço gratuitamente e encher a casa.
Segundo Armindo Silva, o novo espaço da ARCM, a Fábrica da Cerveja, que foi cedido a título provisório pela Câmara de Faro, vai estar pronto para abrir em março com dez salas de ensaio para as bandas de música.
O espaço da antiga Fábrica da Cerveja é um imóvel adquirido pela autarquia para um futuro Museu de Arte Contemporânea, mas projeto nunca se concretizou.
Em setembro deste ano, a ARCM prevê inaugurar duas salas de espetáculo para poder realizar dois concertos em simultâneo para públicos diferentes, acrescentou Armindo Silva.
A ação de despejo da ARCM remonta a fevereiro de 2010 e foi desencadeada na sequência da recusa da associação em aceitar a dissolução do contrato de arrendamento do edifício, aquando da sua passagem para os novos proprietários.
Segundo a ARCM, na origem do conflito está o facto de, em 2007, a associação ter sido avisada da não revalidação do contrato de arrendamento quatro meses antes do seu termo e não com um ano de antecedência, como alegada que deveria ter acontecido.