Os santuários constituem uma parte essencial da identidade da Igreja católica, mas as suas directrizes e prioridades são muitas vezes estabelecidas sem articulação com os planos pastorais das dioceses em que se inserem.
Dezasseis das vinte dioceses territoriais portuguesas reconhecem a existência na sua área geográfica de santuários com “grande afluência de turistas e peregrinos”, mas só três estabeleceram orientações para esses espaços.
A este silêncio acresce a constatação de que há pelo menos 14 dioceses sem uma pastoral de conjunto para os santuários, pelo que são os seus responsáveis que determinam, isoladamente, as suas acções e prioridades.
Uma das excepções a esta realidade encontra-se na arquidiocese de Braga, onde os cerca de 30 santuários exibem a indicação do tema do ano pastoral, além de que no final das missas celebradas na data das peregrinações é rezada sempre a mesma oração.
O afastamento dos santuários das estruturas diocesanas é uma das constatações do inquérito que a Comissão Episcopal da Mobilidade Humana enviou aos respectivos secretariados diocesanos.
As respostas, remetidas por 18 dioceses, foram apresentadas no encontro dedicado ao tema “Turismo: oportunidades de evangelização”, realizado por aqueles organismos entre 5 e 8 de Julho, em Ferragudo, concelho de Lagoa.
Os resultados revelaram ainda que todas as dioceses organizam romagens a santuários em Portugal e no estrangeiro, comprovando que as peregrinações são um traço marcante da identidade da Igreja portuguesa.
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