O turismo de natureza representa 23 por cento das dormidas no Algarve, segundo um estudo encomendado pela Região de Turismo do Algarve (RTA) que propõe uma oferta integrada às empresas dedicadas a este segmento, que desde 2009 cresceram 50 por cento.
“Agarrado ao turismo de natureza temos a identidade da região, o património, a cultura, o artesanato, a gastronomia e os vinhos. Temos um conjunto diversificado de produtos que, só por si, são importantes mas que interligados podem fazer a diferença”, explicou à Lusa o presidente da RTA, Desidério Silva.
À medida que os resultados do impacto do turismo de natureza se destacam, as atenções começam a focar-se também no seu potencial para esbater um dos maiores problemas do turismo algarvio, a sazonalidade, acrescentou.
“As conclusões são muito direcionadas para a reorganização dos produtos, ou seja, para o trabalhar em partilha, para uma interligação entre os agentes do setor”, explicou à Lusa aquele responsável, lembrando que este segmento turístico abrange diferentes nichos, como a observação de aves, o surf ou o pedestrianismo.
Projetos como a Via Algarviana, a Ecovia do Litoral e a Rota Vicentina têm vindo a ajudar o crescimento deste segmento que, desde 2009, assistiu a um aumento de 50 por cento no número de empresas algarvias dedicadas ao turismo de natureza, refere o estudo.
O mesmo documento revela que, entre 2012 e 2013, a taxa de crescimento do volume de negócios das empresas de animação turística na região atingiu os 17 por cento.
O estudo sugere, ainda, uma estratégia integrada ao nível do marketing, um reforço em ações de promoção externas e a necessidade de reforçar a aposta em eventos de projeção internacional na área do turismo de natureza como contributo à consolidação da estratégia regional de turismo.
“A oferta regional deve assentar numa ótica de sustentabilidade, focando a conservação e preservação dos ambientes naturais, a melhoria do bem-estar das populações locais e a valorização dos recursos culturais”, lê-se nas conclusões do estudo.
Este esforço pode vir a traduzir-se em receitas turísticas para a região e para as empresas envolvidas e potenciado ainda mais com uma aposta em parcerias com operadores internacionais especializados, com foco nos mercados emissores predominantes, como são os casos da Alemanha, Holanda e Reino Unido, mas também em mercados com potencial de crescimento, como Bélgica, França, Escandinávia, Brasil e Estados Unidos da América.
O estudo de caracterização da atividade turística algarvia relacionada com o turismo de natureza foi encomendado pela RTA, a par de outros estudos em curso, com o objetivo de desenvolver um plano de marketing estratégico para o turismo algarvio que permita afirmar o Algarve como destino turístico de excelência.
Desidério Silva disse à Lusa que já apresentou as conclusões do estudo aos empresários de animação turística da região, numa reunião onde apelou à criação de uma oferta integrada competitiva a nível internacional no âmbito deste segmento.