Em declarações hoje à Lusa, o presidente do CA, Francisco Paulino, explicou que quando se passou do antigo mercado para o atual mantiveram-se rendas de há mais de uma década e se as taxas fossem atualizadas a receita mensal subiria de 82 000 para 93 000 euros.
Contudo, em comunicado, o presidente do PS/Faro diz que os munícipes foram enganados porque durante a campanha eleitoral para as eleições de outubro de 2009, a coligação PSD/PP/PPM, que viria a formar o executivo, desmentiu sempre a intenção de aumentar as taxas.
“Para conseguir os seus objetivos o executivo, através da empresa presidida pelo presidente da distrital do PP, acena com casos pontuais de hipotética gestão danosa em módulo ou loja”, diz João Marques, acusando o executivo de “demagogia”.
O PS/Faro diz ainda recusar ser o “bode expiatório” para esconder a “mentira” e “incapacidade política” da atual gestão municipal, sublinhando que numa Câmara com a dimensão da de Faro podem surgir “erros administrativos” mas “crime ou intenção de o praticar é bem diferente”.
“Se o atual executivo PSD/PP não pode ou não sabe fazer melhor, então fica aqui um pedido: não estrague”, conclui João Marques, vereador durante o mandato anterior, período durante o qual o mercado foi inaugurado.
O mercado tem uma despesa fixa mensal de 107 000 euros, entre juros, pagamentos a fornecedores e prestações de serviços de manutenção e a administração admite que, se conseguir negociar com a banca e dilatar o pagamento de um para 20 anos será possível baixar o encargo mensal.
O mercado chegou a ter uma sociedade gestora composta por três acionistas: SIMAB – Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, Câmara Municipal de Faro e MARF – Mercado Abastecedor da Região de Faro.
Contudo, por incompatibilidades com a forma de gestão diária do mercado, em junho de 2009 tanto a SIMAB como o MARF saíram da sociedade, ficando o município como único acionista.